Humberto 25/10/2014
Nem de longe passou pela minha cabeça, que em 1914, o ex presidente dos Estados Unidos Theodore Roosevelt se embrenhou na selva Brasileira acompanhado pelo cel. Rondon, por um período de 5 meses, enfrentando todos os dissabores que a selva proporcionava.
O cel. Rondon tem, como homem, todas as virtudes de um sacerdote, é um puritano de uma perfeição inimaginável na época moderna; e, como profissional é tamanho cientista, tão grande o seu conjunto de conhecimentos que se pode considerar um sábio. Quanto mais eu o conhecia e o estudava, em meio da contemplação da grandeza do Brasil, mais me firmava na ideia de que essa grandeza não era maior do que a do filho ilustre desse recanto prodigioso da natureza.
A America pode apresentar ao mundo duas realizações ciclópicas: ao norte o canal do Panamá. Ao sul, o trabalho de Rondon¬ cientifico, prático, humanitário.
Rondon não é apenas o oficial e "gentleman" como os que mais o são nos mais bem organizados exércitos do mundo. É também excepcional, audaz e competente explorador ótimo naturalista, cientista, estudioso, filosofo. Com ele a conversa vai de caça de onças e dos perigos da exploração do sertão à antropologia indígena; dos perigos da civilização industrial, puramente materialista, à moralidade positivista. O positivismo do cel. Rondon é realmente a religião da humanidade, doutrina que o impele a ser justo, bondoso e útil, a viver corajosamente sua vida e, com igual bravura enfrentar a morte.
Nunca vi, nem conheço obra igual. Os homens que a estão realizando são, pela sua abnegação e patriotismo, os maiores que existem. Um povo que tem filhos desta ordem há de vencer. O século 20 lhe pertence.
Theodore Roosevelt, ex-presidente dos Estados Unidos.