Tempos Difíceis

Tempos Difíceis Charles Dickens




Resenhas - Tempos Difíceis


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Michelly 13/03/2024

Comentário sobre Tempos Dificeis de Charles Dickens
A narrativa apresenta uma abordagem desafiadora, centrada no trágico cotidiano de uma sociedade impulsionada pelas tormentas capitalistas. Desde o título, fica evidente a complexidade que será explorada. Aqui, Dickens não apenas oferece uma descrição minuciosa do cenário político e social, mas também lança luz sobre a natureza humana. Partindo disso, a estrutura dos capítulos é caracterizada pela concisão, cada um deles focalizando personagens específicos e suas experiências difíceis. Deste modo, não há como escapar da sucessão de eventos entrelaçados, centrados na pequena cidade de Coketown, onde a cidade assume um papel quase antropomórfico, testemunhando de perto as adversidades enfrentadas por seu povo diariamente.

Uma situação que não escapa às pessoas de Coketwon, uma vez que Dickens opta por designar os trabalhadores como "Mãos", as emissões das fábricas como "Serpentes" e a imponente fábrica como "Elefante". O que comprova que essas alegorias não apenas contribuem para a construção do vasto cenário, mas também conferem uma materialidade à força dos objetos mencionados. Uma vez que, sob essa perspectiva, a narrativa em terceira pessoa adquire uma aura que mescla elementos de conto de fadas e crônica do cotidiano, e a força das frases impactantes cativa o leitor, tornando-se difícil escapar da intensidade da cena.

O tempo em Dickens flui tão naturalmente quanto o cotidiano daqueles atormentados pelas dinâmicas da exploração. O movimento da passagem do tempo é marcado pelo ritmo do trabalho e das estações, cujo compasso, influenciado pelo maquinário e pela queima de combustível, deixa suas marcas no corpo e na índole dos sujeitos. Neste romance, o tempo delineia o destino dos personagens. No caso de figuras como Thomas, o Sr. Gradgrind e o grande industrial Bounderby, o tempo é traçado em linha reta, seguindo as dinâmicas do progresso. Entretanto, em situações particulares, como as de Stephen Blackpool, Sissy e Louisa, a linha que tece o destino dessas personagens é marcada pelas demandas do espírito, onde apenas a fantasia e a busca pelo desejo aparentemente têm a capacidade de preencher lacunas originadas pelo destino. Infelizmente, isso ocorre em um contexto desfavorável para tamanha generosidade.
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Geise @leiturasdageh 29/02/2024

Ainda vivemos em tempos difíceis
Publicado em 1854, Tempos difíceis trouxe uma forte crítica a forma como os trabalhadores eram tratados pelos seus empregadores. Forma essa ,chamada por Dickens, de desumano: salários extremamente baixos, os funcionários eram expostos a diversos riscos de acidentes, cargas horárias longas...Enfim, trabalho escravo. E infelizmente, muita coisa não mudou dessa época para agora.

Mas não vou falar sobre isso. Vou trazer aqui algo que essa história falou forte comigo: as voltas que o mundo dá. Que quem você menospreza hoje, pode ser o único que irá estender a mão para te ajudar amanhã. Que não podemos, jamais, perder a humildade.

Em Tempos Difíceis, encontramos personagens, inicialmente detestáveis. Personagens que se julgam melhores e mais sábios. Que a vida deles devem ser um exemplo a seguir por todos (bleeeeeeé). Encontramos também personagens que acordam para vida. Que percebem que a forma de viver que sempre tiveram como certa, trouxeram a eles uma vida infeliz. E encontramos personagens que vivem na miséria, honestos, trabalhadores, que lutam por melhorias, mas que infelizmente são julgados como errados.

É uma história que traz muita coisa. Que traz a enorme diferença que um rico é tratado, e um pobre é tratado. Pobre sempre é julgado como culpado. O rico jamais faz algo errado. Mas o mundo dá voltas, e as vezes mostra a verdade.

O livro é divido em três partes. E a última me deixou com um nó na garganta.

Por muitas vezes a leitura é apenas interessante, porém nada empolgante. Mas é um livro, se você permitir, que vai te trazer grandes pensamentos. Com uma narrativa maravilhosa, Dickens nos presenteia com uma história necessária.
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Kristal 10/02/2024

Será que encontrei em Dickes, o termo de que "nem todos os clássicos são bons?" Irei eu me aventurar em David Cooperfield futuramente depois dessa leitura arrastada? Veremos...
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Sandrinha 07/01/2024

Nada melhor que começar o ano com um ótimo livro!
Tempos difíceis é o segundo livro que leio de Charles Dickens. Publicado em 1854. A versão original não tinha ilustrações, mas a edição brasileira ganhou ilustrações de Harry French, publicadas com a segunda edição inglesa na década de 1870.

É impressionante o talento que Dickens possui de contextualizar e abordar problemas sociais de seu tempo. A pobreza, o desemprego, as péssimas condições de trabalho nas fábricas inglesas mostram o descontentamento de Dickens com o sistema capitalista e a exploração da força de trabalho. Levando a consequências desastrosas na vida das famílias pobres durante a revolução industrial. O responsável pelo aumento das desigualdades sociais: uma minoria privilegiada detinha a riqueza e o poder, enquanto a maioria do povo ficava reduzido à miséria.
Coketown industrial é o cenário perfeito que Dickens usou para demonstrar seu ceticismo quanto à revolução industrial na Inglaterra e os desastres causados pela ganância de uma sociedade, que só se preocupa com o lucro e não valoriza o ser humano e nem o ambiente em que vive.
Maxwell.LeAo 14/02/2024minha estante
Excelente resenha :D




Kethilyn 06/08/2023

Expectativa X Realiade
Tinha uma expectativa diferente do que foi apresentado, achava que a crítica estaria mais apontada para as situações da classe trabalhadora, como diz a sinopse, mas foi diferente disso, acaba que certos personagens recebem um foco maior, o que deixa outros esquecidos em alguns momentos (inclusive tive um certo receio de cada um não ter um final digno).
Porém mesmo afastando da minha expectativa, não deixa de ser uma obra bem interessante, que te envolve e ainda sim explícita a visão crítica do autor quanto à sociedade na época.
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Viane 29/12/2022

Ele foi cirúrgico nessa
A maneira com que o Dickens desenrolou algumas situações nesse livro é extremamente atual, como por exemplo a hipocrisia de Bounderby, de Sparsit e de toda a classe burguesa.
Bounderby, que não se cansa de se gabar que teve sucesso na vida após ter uma infância pobre, que foi negligenciado na infância pela avó abusiva depois de ser abandonado pela mãe, e mesmo assim conseguiu "vencer na vida", com o suor do próprio trabalho, quando na verdade ele teve uma juventude inteira na classe média, com mãe presente e sendo aprendiz na escola (Dos fatos, somente os fatos) elitista de Coketown.
Bounderby usa dessa suposta trajetória de vida dele como desculpa pra negar aos seus trabalhadores condições melhores de trabalho e vida, pois algumas coisas que deveriam ser fundamentais para a vida dos "mãos" da indústria Bounderby chama de luxos, e que em toda sua vida nunca se importou com luxos.
Aqui a gente acompanha também Stephen Blackpool, que morreu sem poder se casar com Rachel e expressar seu amor livremente. É exposto com a narrativa de Blackpool essa maneira mórbida que o trabalhador não significa nada pra sociedade, que passa a sua vida inteira dando sua vida ao trabalho, deixa de aproveitar prazeres de uma vida humana por causa do trabalho, e ainda assim é tratado somente como um número no máximo, todo o seu valor se resume a sua mão de obra.
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EdwardF 05/11/2022

Um clássico maravilhoso que nos leva a refletir o sentido da vida, nos lembra que nossos valores, convicções e expectativas são moldados pelas lições que a vida nos dá e não devemos ter receio de ajusta-los.
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Rafael.Dardes 20/10/2022

Retrato de uma época
Além da escrita muito bem formulada e cheia de detalhes, um dos elementos mais ricos é a cordialidade exacerbada nos diálogos entre os personagens, mesmo em momentos de pura tensão e/ou atrito. Nada pode ser mais britânico oitocentista do que isso.
É também interessante observar as descrições de objetos e de costumes/cerimônias hoje já obsoletos.
A obra toda é uma crítica à vida britânica pós segunda revolução industrial e isso, apesar de visível, fica implícito nessa elegância garbosa que apenas a britanidade seria capaz de evocar.
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pagina_liter 29/09/2022


Publicado pela primeira vez em 1854, Tempos difíceis se passa no período da revolução industrial na Inglaterra, e nos traz personagens, que para os leitores já acostumados com a prosa de Dickens, conhece muito bem: órfãos mal tratados; personagens malvados e gananciosos, que às vezes conseguem se redimirem no final; outros personagens continuam com grande rancor na alma e nada faz com que isso mude, mas Dickens sempre dá um jeito de ao final do livro eles pagarem por seus pecados; alguns personagens icônicos que trazem alegria ao leitor; alguns amores trágicos; e sempre alguma crítica social à época.
Crítica social essa, bem desenvolvido, e embasada no período do desenvolvimento industrial na Inglaterra. Tal desenvolvimento trouxe para as cidades névoas espessas, carregadas de fuligem e poluição, vindas das chaminés das grandes indústrias.
E acarretou diversas doenças respiratórias, que afetava em sua maioria a população carente que trabalhavam nestas indústrias.
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Dani 09/05/2022

Além de seu tempo
Tempos Difíceis foi escrito como uma crítica à elite industrial emergente inglesa, contudo ao lê-lo hoje, no século XXI, temos a sensação que o livro foi escrito nessa mesma década e inspirado nos fatos correntes.
Além da degradação ambiental, o livro fala da hipocrisia da elite econômica, que não segue o que prega e cobra tão ferozmente dos demais, especialmente dos demais estratos sociais.
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Maria 20/03/2022

Tempos deveras difíceis...
Quando peguei pra ler, achei q seria uma leitura rápida... mas Dickens me surpreendeu de tal forma na ambientação inglesa do século XIX que optei por saborear cada poeira de carvão que exala dessa livro.
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Bea 17/03/2022

Amei!
Primeira obra que li do autor e me encantei! Já coloquei em minha lista seus outros livros.
É uma leitura rápida, ou seja, flui bem e abordou temas importantes como a injustiça, o desespero, a classe trabalhadora e empregatícia, retrata também a mulher como alguém frágil, sem escolhas que precisam de um marido -mas em contrapartida há uma personagem da qual mostra que isso não é certo, nem necessário- e o ensino monótono escolar onde não poderá refutar o professor ou pensar além da própria lógica. Isso me lembrou o clipe da música de Pink Floyd ?Another Brick in the wall?.
As pessoas mais livres da história são circenses, eles são julgados e vistos com maus olhos pela classe mais alta da qual é tão prisioneira de seus pensamentos, ideologias e métodos. Uma leitura essencial e excelente!
?Louisa, nunca imagine!? Ah como eu senti dor ao ler essa frase de seu pai para a filha e como ela foi infeliz, assim como a sua mãe, desde seu nascimento?
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boemillys 22/02/2022

Sátira de Dickens
Meu segundo contato com Dickens e uma ótima surpresa. Críticas ácidas e uma sátira de construção invejável que aborda temas como racionalismo, capitalismo, movimento trabalhista, educação e mais. Vou reler ele em algum momento, pois sinto que deixei passar algumas coisas, é uma narrativa muito convidativa para a releitura. Ótimo livro.
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