Tempos Difíceis

Tempos Difíceis Charles Dickens




Resenhas - Tempos Difíceis


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Edna 29/11/2020

Fatos
?TEMPOS DIFÍCEIS ? DICKENS?

"Não fui estimulada por ninguém, mamãe, apenas fiquei observando as fagulhas do fogo que se apagam e morrem. Elas me fizeram pensar como pode ser curta minha vida e quão poucas coisas posso esperar fazer enquanto ela durar."

2020 tem sido um marco na nossa história, embora trágico, sorumbático e de isolamento, por outro lado particularmente foi um ano de grandes leituras e esse é meu ultimo Dickens do ano e vem com  como sempre  com forte crítica social.

Romances politicamente escritos a partir do universo capitalista ele enxergava as desigualdades, injustiças e o descaso e em
Tempos Difíceis (tanto quanto os nossos),  as críticas contra o  liberalismo e o ideal do progresso que só visa o lucro e reduz as condições humanas roubando o direito de viver dos operários massacrados pelo poder e que  sobrevivem  às barbaries de uma vida escravizada sem vóz onde até o movimento que deveria apoiar é movido pelo sistema, ou seja ele não existe, ele apenas  coexiste na manipulação.
As ideologias se arrastam desde o liberalismo do Século XIX, aniquilando milhares de trabalhadores e até hoje onde os fortes engolem os fracos e a dor e exploracao dos pequenos  é o preço do sucesso dos poderosos que criam as leis que só valem para uma pequena parcela oa demais são esquecidos e varridos para embaixo dos tapetes "as camadas sociais"

Amo a narrativa leve,  mesmo trabalhando temas tão densos como a sorumbática vida desses personagens, uma história sombria onde quem tem visão não enxerga muito a nao ser a monotomia do futuro que os aguarda em meio às chaminés das fábricas vitorianas em meio às cinzas e o frio que sente que desvanesse o sombrio futuro.

Na escola o ensino tem o objetivo para que acreditem que A fantasia não existe ensine a essas crianças os Fatos, nada além dos fatos como um mundo distópico disseminando qualquer sentimento de prazer e tornando a vida sem sonhos.

" Na vida, precisamos somente dos Fatos. Não plantem mais nada, erradiquem todo o resto. A mente dos animais racionais só pode ser formada com base nos Fatos: nada mais lhes poderá ser de qualquer utilidade." 4/5 ? 70

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luke 19/11/2020

O 4 romance de Dickens que leio, Tempos Difíceis se passa em meio a Revolução Industrial e os efeitos disso na sociedade. O romance não tem um protagonista propriamente dito mais trânsita em diferentes personagens de diferentes classes sociais. Destaque para a personagem Louisa uma personagem bem complexa que se difere bastante da maioria das personagens femininas de Dickens!
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Lucas 14/11/2020

Distopia pontual e elementos "novelísticos": Charles Dickens e seu variado talento narrativo
Quando um leitor, especialmente o de primeira viagem em se tratando do autor, tem nas mãos um livro do inglês Charles Dickens (1812-1870), é bom que ele saiba que as páginas nas quais ele irá debruçar-se trarão elementos comuns ao seu estilo reconhecível de escrever: traços de contos de fada, crianças órfãs, uma narrativa nostálgica e uma (s) reviravolta (s), por vezes previsível (s). Seu grande talento como narrador empregando estes e muitos outros artifícios o colocou num lugar só dele dentro da rica literatura em língua inglesa do século XIX.

Como todo grande nome da literatura do século XIX (século este que deixou à posteridade a maioria das grandes obras literárias produzidas pelo ser humano), Dickens se notabilizava por criar essa atmosfera lúdica que o definia soberbamente, mas também por abordar em seus escritos significativas críticas e ressalvas à sociedade britânica daqueles tempos, que com a Revolução Industrial (ocorrida entre o século XVIII e XIX), tornava o Reino Unido como a mais pujante nação em termos econômicos naqueles anos. Contudo, a crítica de Dickens, de uma forma geral, não era direcionada às questões econômicas, às hipocrisias que o "nascente" capitalismo gerava em termos de riqueza: o olhar crítico do autor se voltava mais fortemente a ocasiões e situações onde o que se questionava era a bondade humana, à capacidade do ser humano de perdoar, amar e compreender o outro, aos valores familiares, etc. David Copperfield (1850) e Grandes Esperanças (1860), suas duas obras mais conhecidas no Brasil, trazem consigo muitas evidências dessa sua crítica sutilmente humana.

De todas as suas obras, contudo, é Tempos Difíceis (1854) que se apresenta como a mais audaciosa delas em matéria de crítica social. Único romance de Dickens que não possui nenhuma linha se passando em Londres, narrado em terceira pessoa (em contraste às duas obras mencionadas acima) numa cidade ficcional (Coketown, que acaba espelhando os centros urbanos que foram surgindo na Inglaterra em função da Revolução Industrial e das necessidades de mão de obra dela decorrentes), o livro traz uma tônica social mais palpável, como a sinopse da ótima edição da editora Boitempo dá a entender: a narrativa critica as condições de vida dos trabalhadores e a discrepância entre pobres e ricos, entre outros pontos simbolizadores desta nuance crítica.

A história começa com o srº Thomas Gradgrind, um indivíduo em posição economicamente favorável, mas sem ser milionário, visitando os alunos de uma escola que ele ajuda a patrocinar, a escola do srº Choakumchild. Gradgrind tem três filhos, Jane, Tom e Louisa, esta última a mais velha, com cerca de 16 anos quando a história começa e que também frequenta a escola, assim como seus irmãos. Quem dá as cartas em Coketown é Josiah Bounderby, aparentemente dono de uma fábrica têxtil e banqueiro ao mesmo tempo. Personagem presunçoso e, sem rodeios, muito chato, ele é o antagonista numa narrativa em que não há protagonista (s) definido (s).

Dois personagens protagonizam as duas principais vertentes que a narrativa, em seu teor crítico, apresenta: a pequena Cecília "Sissy" Jupe, também aluna da escola do srº Choakumchild e filha de um malabarista do circo do srº Sleary; e Stephen Blackpool, honesto trabalhador da fábrica têxtil do srº Bounderby. Cecília acaba sendo usada como símbolo das críticas e do "ar nostálgico" mais recorrentes de Dickens em suas obras mais famosas: a inocência infantil em um mundo cruel, a vitimização (justa) dos pequenos numa realidade materialista, entre outros dilemas.

Já Stephen Blackpool traz consigo um tipo de crítica mais localizada que Dickens quis trazer, que é o olhar para os operários, para as questões práticas do absurdo desgaste sofrido pelos funcionários do setor têxtil (setor este que mais bem representava a Revolução Industrial) e para a necessidade de se estabelecerem regras justas na relação entre trabalhador e empregador (não, Dickens não foi um sindicalista, importante deixar isso claro, apesar de sim, ele abordar essa questão com um viés "apaixonado" em momentos bem pontuais por meio de outros personagens secundários). Blackpool não é um líder sindical, tampouco um grevista: em seu escopo surgem não apenas as degradações derivadas de toda a injusta relação de trabalho daquela época entre funcionários e patrões, mas também as contradições entre esses trabalhadores mais sindicalizados na busca por melhores condições de vida e de labor. Importante mencionar que Dickens não polemiza a questão: a essência daquilo que hoje se chama leis trabalhistas nasceu após a Revolução Industrial. Nada mais natural, portanto, que o Reino Unido também tenha sido o berço das discussões trabalhistas.

Esta crítica não é unicamente direcionada ao plano trabalhista: há um viés humano que Dickens, com seu olhar romanceado, explora ao retratar as pequenas dualidades existentes nas inter-relações dos personagens, baseadas em conflitos como método x prática, sabedoria x conhecimento, amor x razão, ciências humanas x ciências exatas, e por aí vai. Tudo começa na escola-modelo patrocinada por Gradgrind, que possui métodos rigidamente peculiares de ensino aos seus alunos. A rigidez e uma busca por padronização saltam aos olhos nas primeiras páginas, com um enfoque distópico até surpreendente para uma obra de Charles Dickens (se houvesse alguma evidência de que George Orwell (1903-1950) se inspirou nessa pontual abordagem, não seria exagero).

Se Orwell é lembrado aqui (na primeira das três partes de Tempos Difíceis, que oferece um foco maior nesse sistema rígido de ensino), outra referência, mais nítida, surge na mente do leitor: a música Another Brick in the Wall (1979), hino absoluto do rock progressivo da banda britânica Pink Floyd. A parte mais conhecida do refrão ("We don't need no education/We don't need no thought control [...] All in all it's just another brick in the wal") traduz em acordes vivos a atmosfera na qual as crianças de Coketown estão inseridas; até mesmo o clipe da música, conhecido pelo aspecto sombrio e amedrontador que causa, cria um pano de fundo preciso para esta atmosfera criada por Charles Dickens. Torna-se curioso também associar isso à realidade histórica universal: não é de hoje que um ensino padronizado, que desencoraja as subjetividades e o pensamento crítico nos alunos e que torna estes alunos os "tijolos no muro" da música citada, são desejos latentes de determinados segmentos da sociedade.

Mas Tempos Difíceis está longe de ser um livro politizado ou enviesado. Com efeito, a multifacetada mensagem social que ele traz está concentrada na primeira metade da obra. Após isso, Dickens usa o que ele tem de melhor: a habilidade narrativa singular, que prende o leitor por meio de mistérios, segredos ocultos (especialmente do srº Bounderby) e grandes reviravoltas, que, mesmo sendo previsíveis, não afastam o leitor em função da qualidade com que são descritas. O autor se apropria desta carga social para conceber o destino posterior dos seus personagens. Toma-se o exemplo de Louisa: sua educação rigidamente "orweliana" impacta significativamente na mulher que ela se torna. E os efeitos dessa formação, como se pode perceber, não são de todo positivos e Charles Dickens enumera todas as dificuldades que as crianças desprovidas de conhecimento subjetivo e emocional enfrentam na vida adulta. É esta a grande mensagem trazida por Louisa, que faz dela a personagem que mais se aproxima do protagonismo na narrativa.

Por conhecer bem os limites entre entretenimento e mensagem social, Dickens faz de Tempos Difíceis uma obra excelente, que mantém o alto nível de qualidade dos seus outros trabalhos. Com um título que poderia ser muito bem destinado a um livro contemporâneo dos dias atuais, ele oferecerá ao futuro leitor uma incisiva e pontual reflexão social com traços distópicos sem se desviar da sua típica ficção, marcada por uma ímpar habilidade narrativa, simultaneamente capaz de prender a atenção e emocionar.
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Geublu 01/11/2020

Tempos difíceis
Ótima leitura e o mais importante como se trata da era vitoriana, em que a importância da ciência está em voga, a imaginação é sucumbida, a criação, a arte sofre danos. Uma tendência a uniformização de pensamento. O problema das classes sociais novamente assinalando que algumas vidas importam e outras não. Também assinala a condição das mulheres como mero objeto de troca, sem vida, cidadã de subida classe. Fácil leitura e muito aprendizado, você acaba se alegando aos personagens.
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bobbie 29/10/2020

Não valeu a pena.
Antes de começar, que fique claro que a edição do livro que eu li não foi esta. Eu simplesmente não a encontrei cadastrada e estava ocupado demais para cadastrar, como normalmente o faço. A edição que eu li tinha capa diferente e era uma versão do Kindle Unlimited ("aluguel de livros" mediante pagamento fixo mensal). Na esmagadora maioria dos casos, as edições são excelentes. Não foi o caso desta vez: peguei um livro visivelmente traduzido por alguma ferramenta tecnológica, sem revisão, com pontuações e sinais gráficos mal usados. Algumas falhas de tradução denunciavam claramente o uso de tecnologia. Por exemplo: "tricotar as sobrancelhas". Está óbvio que o original se trata da expressão idiomática "to knit the eyebrows", que significa "juncar as sobrancelhas", apesar de, isoladamente, o verbo to knit signifique tricotar. Patético. Por vezes pensei em abandonar a leitura. Busquei edições originais, mas os valores não estavam atraentes para mim. Como não suporto abandonar um livro, terminei-o. Mas não tenho nada a dizer sobre ele. Talvez, no futuro, eu o releia em inglês.
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Flavio.Vinicius 09/10/2020

Uma crítica ao liberalismo
Charles Dickens foi o romancista mais popular da Inglaterra do século XIX e escreveu uma literatura de forte crítica social. Elaborando seus romances a partir do centro do capitalismo, Charles Dickens via as desigualdades, injustiças e perversidades ocasionadas pelo sistema do capital. De tão popular, é comum ouvir-se que foi Dickens quem inventou o Natal com a publicação de A Christmas Carol (Um Conto de Natal) em 1843. Entretanto, o certo é que Dickens elaborou uma literatura em que as deformações do capitalismo são explicitadas.

Em Tempos Difíceis (1854), décimo romance de Charles Dickens, o autor traz duras críticas ao positivismo e ao liberalismo e apresenta como o ideal propagado pelo positivismo de distanciamento, neutralidade, distanciamento das paixões e redução da natureza humana a uma natureza numérica é não apenas inviável mas também pernicioso: retira o próprio sentido da vida. Dickens também critica o ideal de progresso presente no século XIX, um progresso afastado de justiça social e inteiramente permeado pela concentração de rendas e de poder. Quer seja por meio da narrativa, quer por meio das falas das personagens ou das intervenções do escritor, em Tempos Difíceis Dickens explora toda a falsidade da ideologia liberal, e assim o faz a partir do centro do liberalismo da época: a Inglaterra.

"Então o Sr. Choakumchild disse que me faria outra pergunta. Ele disse: 'Esta sala de aula é uma imensa cidade, e nela há um milhão de habitantes, e apenas vinte e cinco morrem de fome, nas ruas, no curso de um ano. O que você diria a respeito dessa proporção?'. E eu disse - porque não consegui pensar em nada melhor - que achava que a situação era ruim para os que morrem de fome, não importando se os demais fossem um milhão ou um bilhão. E eu estava errada novamente." (p. 74).

É triste perceber como estamos nos arrastando há séculos com ideologias que ainda buscam colocar a vida humana em segundo plano. No século XIX o liberalismo deixava morrer de fome centenas de milhares de trabalhadores; hoje o projeto neoliberal faz o mesmo, em nome de um pretenso "progresso" que é progresso para poucos, e é dor e exploração para a maioria.
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Danilo628 09/10/2020

Dickens nunca decepciona
Tempos Difíceis é o 10° livro de Charles Dickens publicado em 1854 e se passa durante o período da Revolução Industrial na Inglaterra.

Através da sua narrativa leve, por vezes satírica, o autor não deixa de fazer uma obra sombria. Em meio as cinzas das chaminés das fábricas Vitorianas, Dickens faz uma crítica profunda às diferenças de classes, as condições de vida dos trabalhadores ingleses e principalmente as consequências do utilitarismo no sistema de ensino de sua época.

?Ora, eis o que quero: Fatos. Ensinem a estes meninos e meninas os Fatos, nada além dos Fatos. Na vida, precisamos somente dos Fatos. Não plantem mais nada, erradiquem todo o resto. A mente dos animais racionais só pode ser formada com base nos Fatos: nada mais lhes poderá ser de qualquer utilidade. Esse é o princípio a partir do qual educo meus próprios filhos, e esse é o princípio a partir do qual educo estas crianças. Atenha-se aos Fatos, senhor!?

Como toda obra do Dickens, os personagens são cativantes, a narrativa é fluida e Dickens é mestre em contar boas histórias. Um livro delicioso de ler.
Recomendadíssimo!
Flavio.Vinicius 09/10/2020minha estante
Realmente Dickens nunca decepciona. Literatura de alto nível.




CrAsley0 12/09/2020

Um livro para se degustar!
É um livro para ser degustado lentamente.

A forma como Dickens constrói seus personagens é genial.

Vale a pena a leitura!
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Julia 09/09/2020

Clássico!
Simplesmente incrível! Um livro extremamente gostoso de ler, além de conter uma baita crítica social. Recomendo
Jade 09/09/2020minha estante
Que capa linda




Karolline.Campos 18/07/2020

Encostar-se junto à lareira..
Influenciada pelos elogios de Dostoiévski resolvi ler meu primeiro Dickens. Senti cada nuance de semelhança e de distinção nessa obra que trata de diferenças de classe e concepções de imaginação, justiça e moral, temas tão comuns para Dostoiévski. Me surpreendi com a evolução da história e me emocionei com as falas das pessoas mais humildes da trama. Mas o que mais me chamou a atenção não foi nem a pegada política ? romantizada de um jeito que não me agrada tanto ? e sim alguns pormenores na narrativa e as alegorias. Fiquei, realmente, encantada com a Sissy e brava com os Fatos. As várias assimilações de coisas e lugares que olham e respiram.. o encostar-se junto à lareira para exercer poder. Esses detalhes cheios de significados me preenderam e me levam a ter que dizer que vale muito a pena conferir a obra.
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Wilson Jr 12/06/2020

Ele disse: ?Esta sala de aula é uma imensa cidade, e nela há um milhão de habitantes, e apenas vinte e cinco morrem de fome, nas ruas, no curso de um ano. O que você diria a respeito dessa proporção??. E eu disse? porque não consegui pensar em nada melhor? que achava que a situação era ruim para os que morrem de fome, não importando se os demais fossem um milhão ou um bilhão. E eu estava errada novamente.?
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Rogério Simas 23/05/2020

Sátira
Uma história montada de forma a tornar visíveis as ridículas formas de viver na sociedade capitalista industrial inglesa do final do século XIX
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Jaine Franco 22/05/2020

Ah como eu amo ler Charles Dickens!!!
Ler um livro dele me dá uma sensação muito gostosa, é como se tivesse ao meu lado um exímio contador de histórias, imprimindo uma entonação perfeita para cada personagem.
Eu nunca tinha lido este livro antes e mesmo assim bateu uma nostalgia... Ler Dickens é sempre assim, acho que não consigo explicar. Talvez se você já leu algo dele possa me entender.

Vamos falar dos personagens.
Aqui tem pra todos os gostos. Vai de odiosos e mesquinhos, a bons e inocentes com um bom malandro ali no meio termo de tudo. Mas o meu personagem favorito aqui, e acredito que em todos os livros que eu ler do Dickens, é o narrador, sarcástico e intrometido!

Aqui nós temos um livro que fala sobre assuntos importantes, atuais e difíceis, em um tom que não sufoca, que não precisa parar fechar o livro e respirar. Muito pelo contrário tudo o que eu queria enquanto lia era mais e mais!
Viruga 22/05/2020minha estante
Ótimo resenha. Me fez ter curiosidade de conhecer mais do Dickens, que até então eu só ouvi falar.




jambarbosa 16/05/2020

Bom livro!
Nessa obra, escrita em 1854, Charles Dickens aborda, de forma crítica, a situação social e econômica da sociedade inglesa durante a revolução industrial na fictícia cidade de Coketown.
Um clássico que vale a pena ser lido!
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@bookytimes 13/04/2020

Tempos difíceis
Se sua mãe já mandou você ir estudar matemática ao invés de brincar ou se já ouviu que deveria fazer um determinado curso de faculdade, pois ele lhe daria mais estabilidade financeira na sua vida, este romance vai te interessar.

Charles Dickens não é o principal escritor inglês em vão. Em Tempos Difíceis são apresentados uma série de histórias que se entrelaçam para, num primeiro momento, mostrar as condições de trabalho adversas vividas pelos operários e moradores da cidade fictícia de Coketown, durante a revolução industrial.

Num segundo momento, pode-se entender que o autor busca fazer uma tese sobre as razões de existir este modelo de sistema capitalista em declínio. Por meio do personagem de Thomas Gradgrind, que é um professor que acredita apenas na lógica, Dickens mostra como as escolas se tornaram máquinas que programam crianças para exercerem papéis que interessam o sistema, deixando de lado, seu lado criativo. Para a indústria, é mais interessante ter trabalhadores objetivos, focados em repetir tarefas e que tivessem na ciência a sua principal forma de execução do trabalho. Sendo assim, não é interessante que haja lado lúdico nas escolas.

Ainda de forma alegórica, a trupe circense do Sr. Sleary e o trabalhador fabril Stephen Blackpool, representam os oprimidos e que lutam por melhores condições de vida. De forma antagônica, o dono da fábrica, Josiah Bounderby é o detentor da força de trabalho que não aceita reivindicações de melhorias de trabalhos propostas por seus empregados.

Questionar a vida como lhe é apresentada não pode ser uma opção aos personagens, afinal, foram programados para aceitar as coisas de forma objetiva. É esse objetivismo e falta de capacidade crítica que é posto em cheque na narrativa. Dickens não quer falar de socialismo ou comunismo e capitalismo diretamente aqui, ele é mais utópico: ele quer falar sobre felicidade e o que realmente deixa os seres humanos felizes. O questionamento que fica é: a felicidade está no mundo como nos é apresentado ou somos nós os responsáveis por transformar o mundo e deixá-lo mais feliz em nossa esfera individual e, mais para frente, em uma esfera comunitária?

Trecho: "Havia ruas largas, todas muito semelhantes umas às outras, e ruelas ainda mais semelhantes umas às outras, onde moravam pessoas também semelhantes umas às outras, que saíam e entravam nos mesmos horários, produzindo os mesmos sons nas mesmas calçadas, para fazer o mesmo trabalho, e para quem cada dia era o mesmo de ontem e de amanhã, e cada ano o equivalente do próximo e do anterior?.
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