Elegias de Duíno

Elegias de Duíno Rainer Maria Rilke




Resenhas - Elegias de Duíno


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Teco3 21/10/2020

"Quem, se eu gritasse, entre as legiões dos Anjos me ouviria? E mesmo que um deles me tomasse inesperadamente em seu coração, aniquilar-me-ia sua existência demasiado forte. Pois que é o Belo senão o grau Terrível que ainda suportamos e que admiramos porque, impassível, desdenha destruir-nos? Todo Anjo é terrível."

Assim começa Elegias de Duino, obra prima Rilkeana, base de boa parte de todo existencialismo do século XX. Apesar de ser uma poesia um tanto quanto hermetica, aquilo que de abstrai antes mesmo da leitura dos comentários da tradutora, dá dimensão do desalento existencial que o poeta traz com lirismo.
Elegias de Duino começou a ser escrita um pouco antes da Primeira Guerra Mundial e só ficou pronto anos depois de seu fim, pois Rilke enfrentou uma crise depressiva durante o período. Tendo influenciado grandes obras posteriores como o livro Náusea do Sartre, a obra traz um grande reflexão sobre vida e morte não como um dueto, mas, sim, como início e fim de uma mesma música que consegue ser terrível e maravilhosa em igual medida. O poeta nega o cristianismo, mas faz apologia a metafísica, a algo superior, místico, que chama de anjo, representação do eterno, daquele que é fim em si mesmo. Rilke parece desacalentar o leitor para depois acalentá-lo. Me parece que preciso de algumas releituras para melhor penetrar nesse autor.
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Mario Miranda 02/12/2018

Brilhante!
Ranier Maria Rilke, poeta que ficou consagrado no Brasil muito mais por sua apologia em prol da perseverança de outro escritor, em Cartas a um Jovem Poeta, do que por suas poesias em si.
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Elegias a Duíno compõe 10 elegias, escritas com uma clareza e sensibilidade ímpar, é uma obra digna de qualquer biblioteca. Nesta edição, contando com a versão bilingue, além de comentários dando um norte ao significado de uma das elegias apresentadas. Sem dúvida um dos ápices da Literatura Alemã de todos os tempos.
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"Uma coisa é cantar a amada. Outra, ai de mim, é cantar o culpado e oculto Deus-Rio do sangue. Aquele que a amada reconhece de longe, seu amante, que sabe ele do Senhor da Volúpia que tantas vezes o assaltava em plena solidão, antes que a mulher amada o abrandasse, como se nem mesmo ela existisse?"Ranier Maria Rilke, poeta que ficou consagrado no Brasil muito mais por sua apologia em prol da perseverança de outro escritor, em Cartas a um Jovem Poeta, do que por suas poesias em si.


site: https://www.instagram.com/marioacmiranda/
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Tiago600 19/04/2017

Sobre a pureza e a beleza...

"Todo Anjo é terrível."
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Ricardo Rocha 10/01/2017

eu estava convalescendo da cirurgia do trigêmeo e ainda sentia muita dor. nem os analgésicos mais fortes, à base de morfina, traziam qualquer alívio. a dor era maior do que antes da operação, trazendo esse outro componente, será que não adiantou para nada ter deixado que abrissem minha cabeça? a solidão da dor é a como a do gozo, inversa. não há como partilhar, ainda que outra pessoa quisesse. são momentos que vc tem de passar sozinho. quem, se eu gritasse, me ouviria? aconteceu comigo de um livro trazer esse conforto inacreditável. Lembro que subi na bicicleta sem destino, entrei no campus, entrei na biblioteca, queria não ler mas ter um refúgio contra o barulho da cidade. ir aaquela estante específica foi absoluto acaso, até porque não gosto de poesia. Peguei primeiro “O livro de horas”, muito bonito mas nada além disso – até porque, de novo, não gosto de poesia. Então aconteceu. Li o primeiro verso de Elegias de Duíno e estava feito. O rosto doía como antes de eu chegar, mas havia alguma coisa presente na dor. eu estava sozinho como antes, como sempre, mas partilhava a solidão não com alguém – mas com alguma coisa, que eu desconhecia. E em dado momento – “Que a obscura lágrima floresça! Oh, como então vos amaria, noites de aflição! Por que me joelhei mais contrito, inconsoláveis irmãs, para vos acolher, para me perder em vossos cabelos desfeitos com mais abandono? Nós, dissipadores da dor” no livro de horas havia um Deus. Aqui a separação de Deus. Lá a partilha, caso toda esperança humana se frustre, ao menos com a divindade. aqui, o espaço vazio dessa dimensão estranha onde mesmo os amantes ocultam um do outro o destino. e, todavia, eis a partilha, a paz da compreensão que não ousa tentar definir o em que ela consiste. Sai da biblioteca e me meti entre os carros no trânsito de fim de tarde do centro de vitória. Na jerônimo monteiro há uma travessa e acho que foi ali, uma portinha, não mais, e perguntei e sim o homem tinha o livrinho. Meu tesouro, desde então, despencando agora nas mesmas mãos - Vozes, vozes. Ouve, meu coração, como outrora apenas os santos ouviam, quando o imenso chamado os erguia do chão; eles porém permaneciam ajoelhados, os prodigiosos, e nada percebiam, tão absortos ouviam. Não que possas suportar a voz de Deus, longe disso. Mas ouve essa aragem, a incessante mensagem que gera o silêncio – que é o som perfeito.
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Adriana Scarpin 13/11/2016

Edição bilingue imperdível da Biblioteca Azul com extensas notas interpretativas da tradutora.
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joedson 15/12/2010

ELEGIAS DE DUÍNO

que se danem os anjos
que não ouvem as notas
destes celsos arranjos
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