Quantas vezes, você ouviu ou falou sobre alguém que é "maduro", pretensamente esta faixa de idade que devia ir dos 30 aos quase 60? Parece que nós mesmos nos amaldiçoamos: saiu dos 20, a bunda despenca, os peitos viram geléia, a barriga chega sempre na frente em qualquer compromisso... E fazer plástica, quem sabe, quem diria, passa a ser uma possibilidade cada vez mais concreta, né mesmo, "tio"?
O que ecoa nas páginas são os ideais dos anos 60, aqueles mesmo que, hoje, parecem mais distantes que o tempo do domínio dos dinossauros sobre a Terra. Mesmo assim, o sonho coletivo, do amor, da liberdade perpassa por todos os parágrafos.
É no amor que a autora e quase todos nós jogamos nossas fichas nesta aposta cotidiana com a vida. Mas os tempos mudaram. E com o tempo, passa a ser individual, no qual um monte de personagens de carne e osso, que você talvez cruze nas ruas do ABC ou de São Paulo, se transformam em ilhas, em fragmentos carentes cada vez mais afastados uns dos outros, apesar de desejando o contrário. Tem que ser assim? Precisa ser deste jeito? É ler e refletir. Existe saída apenas num percurso de liberdade e amor. Só assim a vida vale a pena. Afinal, o grande mérito do livro é este mesmo: no fundo, no fundo, temos que inventar novas maneiras de viver, não importa se com 40, 15 ou 60 anos de idade.