Lucia Laguna

Lucia Laguna Marcelo Campos


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Lucia Laguna





Lucia Laguna pinta a partir do entorno do subúrbio onde mora – o bairro do Rocha, no Rio de Janeiro – ao operar uma colagem de referências que passam pela história da arte, o jardim de seu ateliê e uma extensa vista da cidade. Entre a figuração e a abstração, as pinturas reunidas neste livro sussurram a insistência desordenada da vida a partir de flores, folhas e galhos de encontro às linhas urbanas: a linha do trem, a linha do mar, a Linha Vermelha, a Linha Amarela, a Avenida Brasil. Com organização do curador Marcelo Campos, o volume traça um panorama da carreira da artista a partir de uma divisão em três partes que remetem às categorias – ou esferas de trabalho – que dão nome às séries de pinturas de Lucia Laguna: “Paisagem e arquitetura”, “Jardim e mundo” e “Estúdio e janela”. A edição, bilíngue, conta ainda com três textos inéditos. Em “A artista de janelas abertas”, o escritor e historiador Luiz Antonio Simas discorre sobre a genealogia do bairro do Rocha e da influência do subúrbio, visto pelas janelas do ateliê, na obra de Laguna. Já em “Em busca do Jardim de Laguna”, a curadora Diane Lima se debruça sobre a relação da artista com os grandes mestres da pintura, assim como com seu próprio jardim, além de abordar seus procedimentos pictóricos. Marcelo Campos, organizador da publicação, constrói em “A travessia de mundos banis” um ensaio no qual articula elementos fundamentais para compreender a obra da pintora: a observação do cotidiano, a influência da geografia da cidade, o método, a disciplina e as referências à história da arte. As correspondências são infinitas e o ato de escrever sobre a produção de Lucia Laguna nos coloca diante de um desfazer de enganos. Aproximar-se desta obra de mais de uma centena de pinturas é, também, viver a cidade, buscar nos quintais as reflexões, e, de outro modo, assumir a mobilidade que retira qualquer recalque antes estimulado por uma comparação entre nacionalismo e internacionalismo, figuração e abstração. Poder escrever sobre uma artista em consonância a sua vigorosa criação coetaneamente ao seu processo de produção nos faz rever os vícios históricos que deixavam a produção de mulheres artistas somente destinadas ao resgate. Aqui, vida e obra nos colocam diante de uma trajetória de conquistas aguçada pelo desejo de seguir adiante, permanecer, querer ser, escreviver, como nas palavras de Conceição Evaristo. – Marcelo Campos

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