Após três derrotas consecutivas, Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito presidente em 2002. Fez acenos ao mercado e ao empresariado – escolheu um empresário como vice – e moderou o discurso. A mudança surtiu efeito no eleitorado, sobretudo na classe média, e o ex-metalúrgico, que despontou na política no final dos anos 1970 como sindicalista, foi o primeiro líder de um partido de esquerda eleito para presidir o Brasil. Seu governo foi marcado por programas de transferência de renda, que tiraram milhões de brasileiros da pobreza, e por uma política econômica conservadora, mantendo as linhas de seu antecessor. A receita favoreceu ricos e pobres: bancos e rentistas ganhariam como nunca, assim como o estrato mais carente da população, beneficiado pela expansão econômica e pela agenda social.
Os escândalos de corrupção também marcaram seu período na Presidência, causando dificuldades sobretudo no final do primeiro mandato, quando estourou o mensalão. Apesar de CPIs e investigações que levaram à demissão de aliados históricos, Lula soube recompor sua base e manter a popularidade. Anos mais tarde, ele seria condenado e preso pela Operação Lava Jato por causa dos desvios na Petrobras.
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