Para muita gente, os anos 80 representaram um período de muitas loucuras. Muitas delas podem ser agora resgatadas em “Mãe na Zona”, do publicitário e escritor gaúcho Antônio Costa Neto, também conhecido como Toninho Neto.
O livro nasceu de uma conversa do autor com o poeta e compositor Cazuza e Caio Fernando de Abreu no Madame Satã – SP, um antológico point cultural nos anos 80, onde se reuniam artistas e intelectuais.
Eles começaram a definir o que seria “Mãe na Zona”, e Caio convidou Antônio Costa Neto para escrever uma crônica para ser publicada na antiga Revista AZ.
Toninho escreveu, e a crônica fez um tremendo sucesso. Na época, várias pessoas entraram em contato com a redação, por carta ou telefone, elogiando o trabalho.
Caio sugeriu então que Toninho escrevesse um livro com o conteúdo da crônica. Foi o que Toninho fez. Só que 20 anos depois.
Mas a época parece ter sido bem escolhida. Afinal, os anos 80 voltaram com tudo à moda.
“Mãe na Zona” é um livro semi-autobiográfico. Uma história ambientada nos anos 80, que poderia muito bem ser o relato de muitos que viveram intensamente essa época.
Francisco, personagem principal, é um publicitário e aspirante a escritor que sai de Porto Alegre e vai para São Paulo tentar o sucesso, a fama, o dinheiro e a vida de artista.
Apresentado por sua namorada a um famoso escritor, Francisco acaba dividindo com ele um apartamento e entra definitivamente de cabeça no underground, nos excessos das grandes festas e grandes paixões. Inquieto, sempre em busca de uma satisfação que não existe, Francisco viaja pelo mundo e relata suas aventuras por diferentes países até o momento em que volta para São Paulo, decidido a tomar juízo e a levar uma vida normal. Ao invés disso, Francisco continua tomando todas e entrando cada dia mais no mundo do sexo, das drogas, do álcool e do rock n roll. Essa história, que poderia ser simplesmente uma tragédia, tem momentos de puro e fino humor.