Mãe recem-nascida relata a história da maternidade de uma psicóloga clinica e hospitalar que, paradoxalmente, se percebe no papel de mãe de UTI; o que produz impacto negativo sobre a expectativa de qualquer mãe.
A obra descortina, na intimidade, o lamento de ter seu sonho interrompido por intercorrencias que fogem ao seu controle: o parto normal despido da vantagem emocional de ter o bebe no colo ainda quente de sua mãe e sujo de seu sangue, e a amamentação postergada em decorrência das emergências. Compartilha a construção de seu papel materno com os sabores e dissabores, nessa trajetória desviada por forças maiores, e ainda, a quebra do mito da maternidade romântica e cor-de-rosa, conforme transmitem as gerações.
A autora provoca reflexão a partir da ideia de reconhecer-se e admitir-se humana antes de ser mãe, o que lhe possibilitou sentir e ressignificar suas dores do corpo e da alma, viver o Baby Blues, experimentar a recuperação gradativa de tantos pontos traumáticos e o caminho trilhado de fortalecimento da mulher-mãe que nascia.