Naquele dia, em meados de 1992, Brum, com dois soldados, numa viatura da Polícia Militar, parou na casa de Vera, em Fazenda Botafogo. Bateu na porta. Eram 9 horas da manhã.
"Coronel Brum, o que houve?", perguntou ela estranhando a presença do militar em sua casa nas primeiras horas da manhã.
"Vera, temos uma pista importante para localizar os corpos."
"Onde, coronel?"
"Em Magé. Preciso que você venha comigo."
Vera nem pensou duas vezes. Tocou de roupa. Saiu de casa e entrou na viatura poliucial. Brum ordenou que o motorista seguisse em direção a Colho Neto. O policial obedeceu. Em poucos minutos, a viatura parou em frente à casa de Marilene. Brum e Vera desceram da viatura e acionaram a campainha daporta de Marilene. Esta apareceu, meio sonolenta. Naquela época, Marilene trabalhava como supervisora numa fábrica durante a madrugada e dormia durante o dia. Ao ver a amiga e o coronel Brum, achou que algo espetcular tinha acontecido com o Casa Acari.
"O que está acontecendo, gente?", perguntou Marilene.
Não era a primeira vez que Marilene atendia aos pedidos do coronel Brum para juntos empreenderem uma caçada aos cadáveres sem nome na Baixada Fluminense. Quem sabe, numa dessas incursões, eles não localizariam os ossos dos filhos sequestrados e mortos em 26 de julho de 1990, em Suruí, Magé.