Manual de Arte e Arqueologia do Egito Antigo II

Manual de Arte e Arqueologia do Egito Antigo II Antonio Brancaglion Junior


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Manual de Arte e Arqueologia do Egito Antigo II (Monografias #6)





APRESENTAÇÃO
Os textos fazem parte da série de monografias da Sociedade Amigos do Museu Nacional (SAMN) inseridos num projeto de cursos de egiptologia, iniciado em 2003, e ministrados no próprio Museu Nacional.
Esta monografia reúne trabalhos já publicados e outros inéditos que foram adaptados com a finalidade de formar a segunda parte de um Manual de Arte e Arqueologia do Egito Antigo.

INTRODUÇÃO
Talvez não tenha existido nenhuma outra cultura que tenha dedicado tantos esforços à morte e à esperança em uma outra vida como os egípcios. Buscando de todas as maneiras assegurar uma existência em um Outro Mundo.
A idéia de uma outra vida inspirou-os desde a Pré-história por meio da representação simbólica da viagem do Sol, que nasce todas as manhãs, atravessando a imensidão do céu azul sobre os campos e o Nilo até alcançar, velho e cansado, no fim do dia o deserto ocidental para encontrar a morte. O seu renascimento no oriente sugere a ressurreição e um percurso em um mundo misterioso e obscuro para além da vida. Na morte, primeiro o rei e depois os nobres e por fim todos desejavam, como o sol, percorrer o mesmo caminho e alcançar o mesmo destino: uma gloriosa ressurreição.
Ao longo do tempo os teólogos elaboraram representações do Outro Mundo cheio de obstáculos e de perigos, de espíritos malignos e de guardiões. Para superá-los era necessário conhecer a topografia do Além por meio de verdadeiros guias do Outro Mundo e possuir as fórmulas que dariam o poder de vencer as dificuldades e os inimigos. Era igualmente indispensável conhecer os nomes de uma multidão de divindades e de gênios para fazer essa viagem sem perigos.
Os egípcios que amavam profundamente a vida buscavam prolongá-la depois da morte. Os mitos de Osíris e da viagem noturna de Rê são a base dos grandes textos religiosos ilustrados por vinhetas - As Grandes Compilações da literatura funerária.
Segundo as crenças egípcias os indivíduos estão destinados à eternidade e à ressurreição no Outro Mundo como Osíris, para isso as suas imagens deveriam permanecer intactas garantidas pela mumificação e por suas representações em estátuas, pinturas e relevos. As suas múmias protegidas dentro de seus esquifes e sarcófagos são guardadas no interior de suas tumbas junto aos seus bens mais valiosos e queridos.
Enquanto o seu espírito glorificado habitava os campos do Outro Mundo, viajava com o Sol em sua barca e habitava as suas imagens revendo os seus parentes nos dias de festa quando vinham trazer oferendas. Todos necessitavam, na outra vida, de alimentos renovados ritualmente todos os dias por meio de cerimônias e das cenas pintadas nas capelas das tumbas. Os egípcios imaginavam um Outro Mundo com campos verdejantes que assegurariam eternamente a sua subsistência, campos que deveriam ser trabalhados por servidores funerários.
As práticas funerárias dos antigos egípcios, expressas por normas e costumes, definem-se pelas relações de ordem técnica e ritual que utilizando uma linguagem simbólica elaborada que respondia, coletivamente, contra a ameaça do desaparecimento dos membros de sua sociedade. O sepultamento era parte de um funeral e este parte de um conjunto de rituais pelos quais os vivos relacionam-se com a morte.

Prof. Dr. Antonio Brancaglion Junior
Rio de Janeiro
Maio/2004

História / História Geral

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