Mar de Areias (1 #1)

O mar de areias é navegado por histórias, o que flui em suas correntezas são relatos e memórias que flutuam, parecem mesmo que as lembranças estão pairando sobre o oceano da mente das duas narradoras, as quais começam a descrição dos contos.
Estas narradoras são duas irmãs já envelhecidas, a princípio conhece-se um pouco da história destas duas figuras, que nasceram unidas. Avante as duas se confundem, uma é espelho da outra, e as histórias trocadas entre elas, podem ser aquelas que se compartilha com nosso íntimo mais profundo.
Os enredos narrados vêm à tona instigados pela força saudosa da nostalgia. Quando estas duas irmãs se reúnem de frente para o mar, ficam a observar a paisagem e veem os barcos que aportam próximo a elas. Cada um destes barcos representa uma pessoa, que terá sua história revelada nesta conversa íntima entre as duas narradoras.
O caráter fantasioso que vem das influências de autores como García Márquez ressaltam aspectos que seriam menos exuberantes caso se optasse por uma narrativa em estilo comum. No conto “Neméias, o barco albino” o caráter surreal do enredo, e dos elementos trazidos, dramatizam ainda mais, a já emotiva temática da morte e do luto.
Os personagens da obra são representações da diversidade, um menino, ou um homem carrancudo, uma garota de programa, não importa, todos são aspectos importantes, pontos de histórias para onde convergem as emoções. Frente ao resgate da memória os julgamentos perdem importância, ainda mais se resgatados quando na iminência da morte, esta que liquida todos os conhecidos, fazendo com que, no futuro, o ser que lembra, se transforme em um novo barco, existindo apenas no mar das lembranças.

Romance