Mar de Viração

Mar de Viração Leandro Durazzo


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Mar de Viração





“– Faça o seguinte, pra que a viagem fique menos sofrida: conte uma história.

– Uma história? Está bem, senhor… No auge do inverno de séculos atrás, pouco antes de Iranor sair da aldeia em busca do fogo extinto – era como chamavam o mel de garapa que aquecia a vila, senhor, fogo extinto – um pouco antes de sair em peregrinação, em jornada, Iranor ouviu passos na finíssima crosta de gelo que cobria o lago ao lado, um finíssimo ressoar de passos. “Não vá lá, meu filho”, disse a avó de Iranor, Ermengarda, o avô já havia morrido, já havia morrido metade da família no inverno rigoroso e, sem o fogo extinto, não iria era sobrar nada. A avó só olhou quando a porta fechou com estrondo, depois da passagem do neto, e orou. “Diabo de menino, espero que um sirilampo do inferno morda o dedo dele, eu espero”, mas a história não fala mais nada da vó e eu acho – mas, claro, esse sou eu falando, senhor, não dê muita atenção – eu acho que nenhum sirilampo mordeu Iranor naquela noite. Mas outra coisa mordeu…”

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