Complexo, contraditório, colonizado por interesses políticos dos mais questionáveis, por interesses econômicos dos mais nefastos, o Maracanã tem sua história revisitada por Luiz Antonio Simas a partir das memórias e usos das pessoas comuns.
Desdentados, mauricinhos, operários, doutores, macumbeiros e cristãos compõem a rica história da produção do “Maraca” como “encarnação do mito de convívio cordial da cidade do Rio de Janeiro”, ao mesmo tempo enganador e afetuoso, nas palavras do autor.
Através de um texto leve e criativo, o imaginário popular e a história social se cruzam em um relato sobre o monumento que forjou o Brasil que conhecemos. Bom observador da fé do brasileiro, Simas promove reflexões com a originalidade intelectual que consagrou suas duas dezenas de livros.
Sem dispensar a qualificada literatura brasileira sobre o futebol, Simas recria o olhar sobre esse fenômeno. Tudo isso com método científico: a “observação participante” nos balcões dos botequins, nos trens do subúrbio, nas filas das bilheterias, nos isopores dos ambulantes e onde mais o futebol se manifestasse para além da arquibancada e da geral.
Uma obra especialmente importante para aquela pessoa que, por algum motivo, não teve a sorte de ser arrebatado pela paixão futebolística.
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