Versão romanceada da história de amor vivida pelo filósofo alemão Martin Heidegger e a pensadora judia Hannah Arendt. Ele, militante do Partido Nazista, na Alemanha de Hitler. Ela, combativa escritora de significativas obras de reflexão e denúncia contra quaisquer formas de totalitarismo político. Dois expressivos intelectuais do século XX, com suas idéias e posições políticas antagônicas, que, contudo, não inviabilizaram a paixão que viveram. Alemanha, 1975. Doente, emudecido, Martin dorme no quarto ao lado e mergulha em seus pesadelos. Está velho. Na cozinha, Elfride, sua mulher, e Hannah, a amante, fazem uma trégua. Lutaram por ele durante meio século e agora revivem suas lembranças durante uma longa conversa. Martin é Martin Heidegger. Um dos mais importantes filósofos do século XX, na década de 30 flertou com o nazismo. Hannah é Hannah Arendt, a pensadora política judia forçada ao exílio pela ferocidade anti-semita do Terceiro Reich. Sob diversas formas, o relacionamento amoroso dos dois - alimentado pela paixão imensa que ambos possuíam pelo pensamento e pelas idéias - sobreviveu aos horrores da ascensão do nazismo, do Holocausto e da Segunda Guerra. Sua história, tal como reconstituída por Catherine Clément, nos põe diante dos enigmáticos caminhos do amor e da paixão, assim como das difíceis responsabilidades que eles nos impõem.