A onilateralidade proclamada por Marx não encontra par na sociabilidade burguesa. Todas as referências positivas feitas por Marx à versatilidade colocada pela moderna produção capitalista jamais podem ser tomadas separadamente de sua postura radicalmente crítica da sociedade do capital. Do mesmo modo, seu reconhecimento de personalidades que transcenderam uma dada época e que se mostraram por diferentes motivos superiores à média de seu tempo não indica, de maneira alguma, a caracterização desses casos como expressões do homem onilateral, até porque a onilateralidade não é obra ou atributo de um indivíduo superior.
O homem onilateral é uma construção da sociabilidade nova, emancipada, portanto, é impossível a existência desse homem onilateral no seio de um intercâmbio social estranhado. O homem onilateral é expressão de uma totalidade de determinações não fundamentado é o trabalho social livre, o planejamento e a execução coletiva do trabalho, bem como a repartição justa dos produtos do trabalho. Por tudo isso, é impensável qualquer correspondência entre o homem onilateral e um indivíduo da sociedade burguesa, por mais "evoluído" que seja em relação à média dos indivíduos de seu tempo.
Marx e a crítica da educação' propõe uma releitura do pensamento marxista. A obra retrata as preocupações do autor no que diz respeito à concepção do materialismo histórico na compreensão crítica da realidade. Pode ser considerado um aliado para que o leitor compreenda a moderna crise do capital, a natureza das transformações necessárias e, sobretudo, a direção dos processos educativos na vida dos trabalhadores e na própria educação escolar.
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