Médicos da Esperança (Os Grandes Enigmas da Guerra Secreta)

Depois de haver apresentado em Médicos Malditos a aventura criminosa dos pesquisadores nazistas que praticaram várias experiências médicas utilizando seres humanos como cobaias, eu quis publicar um dossiê dedicado aos médicos deportados e à ação que eles desenvolveram dentro dos campos de concentração. Para mim, não se tratava de estudar a patologia particular dos campos, pois inúmeras teses foram dedicadas a este tema e eu não sou médico. Eu me interessei pelos homens, para tentar compreender como foi que eles se tornaram esses Médicos da Esperança. Trabalhei como jornalista, pesquisando e encontrando cento e cinquenta médicos que trabalharam nos Reviers, cerca de cem enfermeiros, e trezentos deportados protegidos, escondidos, curados ou que sofreram amputações feitas pelos seus companheiros. Durante este inquérito recebi ou consultei sessenta manuscritos inéditos, especialmente escritos para a realização desta obra. Além disto, muitos médicos publicaram relatos sobre a deportação durante os meses de convalescença que se seguiram à libertação, e prestaram depoimentos perante os tribunais encarregados de julgar os criminosos de guerra. Fiz questão de respeitar escrupulosamente esses depoimentos, utilizando de preferência os "inéditos", não interferindo nas citações daqueles que introduziram a bondade e a esperança nesse universo de dor e violência. Julgo que todo sobrevivente de cada campo possui o seu Médico da Esperança.