O retratto de uma época onde aparece tudo o que o homem possui de generoso e baixo: a truculência gratuita do negro que encosta a pistola ao corpo do prisioneiro, sem qualquer necessidade; a gentileza do soldado que faz as pequenas compras; a singularidade do oficial que oferece dinheiro ao preso; do cacereiro que lamenta a má qualidade da alimentação, a pequenez do ladrão que se esconde por causa de uma quantia insignificante. É a sordidez dos ambiente, o porão de navio imundo, o confinamento no quarto com o companheiro palrador, a cela da penitenciária.
Os problemas da vida em comum, quando os presos se mostram na sua verdadeira dimensão com a ausência de disfarces a que a vida exterior obriga. Na promiscuidade geram-se estranhos sentimentos e impulsos. Entre alguns, a repulsa imediata, o horros instantâneo. Entre outros, a afinidade logo descoberta. É a vida que escorre lentamente, em cada página.
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