Memórias Póstumas de Brás Cubas, obra publicada em 1881, conta a história daquele que é considerado o maior hipócrita da literatura brasileira: Brás Cubas, personagem típicamente burguês, sem objetivos e bastante contraditório que resolve escrever sua história depois de morto, tornndo-se o primeiro autor defunto da humanidade. A narrativa é marcada pela desordem cronológica, o excesso de transgressões e reflexões - que muitas vezes suspendem a narrativa por muitos capítulos - e a aparente falta de conexão entre os pensamentos do narrador e o que é contado. O romance também é recheado de ironia e bom humor, como recursos par combater verdades absolutas, e pede um leitor bastante atento e desconfiado quanto às afirmações do narrador.
Além desses elementos, Machado de Assis lançou mão de outros para criticar a sociedade de sua época, bem como suas filosofias: o Humanismo, a frágil inteligência de seu narrador e seu espírito mediano.
Isso já basta para se perceber que estamos diante de uma obra singular. Pos isso, caro leitor, não crie expectativas equivocadas. Leia este romance de coração e cabeça abertos - principalmente cabeça aberta - e encare-o como um manual de filosofia para iniciantes. Mas um manual divertido. Boa leitura!
Ficção / Literatura Brasileira