Em tempos atrás, todas as doenças eram consideradas como produzidas pelos espíritos maus, inimigos do homem, ou como meros efeitos dos pecados humanos. Estes eram considerados como causas morais geradoras de efeitos físicos, que eram as doenças corporais, interpretação espiritualista baseada no primeiro capítulo da Bíblia, onde se atribui ao primeiro pecado a situação humana atual com todas as suas imperfeições e deficiências. Quando Jesus curou o cego de nascimento junto à piscina de Betsaida, os fariseus e escribas lhe perguntaram: "quem pecou, ele ou seus pais?", aludindo claramente à causa da sua cegueira. E esta é ainda a opinião de muitos espiritualistas, tanto das religiões ocidentais como, principalmente, os seguidores da filosofia oriental que crêem na reencarnação. O homem sofre doenças e provações físicas e morais para purgar seus pecados e progredir espiritualmente, etc. Especialmente certas doenças ou distúrbios eram interpretados espiritualmente, como a epilepsia, tida no Egito antigo como "mal sagrado" ou possessão divina, e na Judéia e outras regiões como possessão diabólica. As antigas trepanações egípcias, assegura-se que eram feitas com o intuito de abrir uma saída aos espíritos malignos, apossados do doente e causadores daquele mal.De igual modo eram considerados por muitos os distúrbios histéricos, os neuróticos e o próprio sonambulismo, cuja verdadeira natureza lhes era desconhecida.