Minha dor é olhar o mundo e não ver nada além de um poço fundo e imundo - desalinho - cavo o meu próprio umbigo. Flores nao nascem em mim. Esterco. A morfina não adormeceu noites nem aliviou o terror da minhas lobotomias. Do lado de fora, o sol e a lua se encaram, frente a frente, como se nao houvesse precipicíos. Insulinas meinvadem e me tornam menos doce. não sei se pungem mais os meus rasgos ou os meus remendos. Queria entender o vermelho-morte de Almodóvar. O amarelo suicida de Van Gogh. Arrancar com carinho os lírios que nascem à margem do meu corpo. Como eu sonho em pisar em minha própria sombra!!!