Mr Slang e o Brasil e Problema vital

Mr Slang e o Brasil e Problema vital Monteiro Lobato


Compartilhe


Mr Slang e o Brasil e Problema vital





Em Mr. Slang e o Brasil temos uma nova feição do espirito de Monteiro Lobato. Inventa um velho inglês filosofo morador da Tijuca e o põe a dialogar com um “homem comum” durante intermináveis partidas de xadrez. A finura e a superioridade mental do impassível britânico permite que numa série de aspectos brasileiros sejam discutidos de um alto ponto de observação. Todas as coisas são vistas como de um cume de montanha, em linhas gerais e filosoficamente. Anatole France transparece. A leitura destes diálogos leva-nos a lamentar uma grande falha na obra de Monteiro Lobato: O silencio de Mister Slang durante o ultra pitoresco período da ditadura Getulio Vargas. Seria interessantíssimo o comentário do “estado novo” por meio duma dialogação fina como esta.
Na segunda parte do volume, Opiniões, entram alguns artigos de jornal em que Lobato critica com grande mordacidade a politica geral do país durante a presidência Bernardes, acentua males da instabilidade monetária e se bate em defesa do livro.
Na terceira parte reaparecem os seus gritos de desespero em prol da saúde do nosso povo, dados naquele tempo sob o título de Problema Vital. O homem que tão cruelmente pintou o retrato de Jéca Tatu descobre-lhe a causa da decadência e resgata-se lançando em prol da “recuperação do Jeca” o mais vibrante de todos os seus “gritos de indignação” — e indignação foi coisa que nunca faltou a Monteiro Lobato.
Fecha o livro uma historiazinha popular simbólica — o Jecatatuzinho pequeno conto para crianças e gente simples em que o Jéca passa da maior lazeira ao maior triunfo. Um doutor o cura da verminose e aquele vivo-morto passa a um esplendido morto-vivo — ou a um ressurreto com maravilhosas possibilidades na sua frente. Não se trata de uma retratação. Sempre coerente consigo mesmo, Lobato ressurge o Jéca porque já havia dito antes: “o Jéca não é assim; está assim”. Lobato cura-o e o triste Jéca vira o opulento coronel Jéca, dono de uma grande fazenda — e que fazenda! A mais adiantada da zona. E em material de saúde, quem batia no coronel Jéca?
Essa historinha tão simples tornou-se a coisa mais lida no Brasil inteiro, e continua sendo. Utilizada pela indústria farmacêutica como propaganda de remédios contra a malária e a opilação, já anda em 15 milhões de exemplares o total de suas tiragens. Circula nos sertões e em quanto lugarejo existe como antigamente a folhinha ayer — e foi graças a ela que a pobre gente rural veio a saber a causa de suas doenças e o meio de evita-las. Na obra de Monteiro Lobato, o “Jecatatuzinho” se tornou a historinha abençoada — como classificou um fazendeiro de Mato Grosso que só se libertou da amarelão depois que a leu (Da nota dos editores)

Edições (3)

ver mais
Mr Slang e o Brasil e Problema vital
Mr Slang e o Brasil e Problema vital

Similares


Estatísticas

Desejam3
Trocam
Informações não disponíveis
Avaliações 3.1 / 7
5
ranking 0
0%
4
ranking 29
29%
3
ranking 57
57%
2
ranking 14
14%
1
ranking 0
0%

65%

35%

Antonio Cesar
cadastrou em:
03/07/2013 16:22:58

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR