"O Museu Lasar Segall apresenta uma seleção de 50 obras de seu acervo, escolhidas entre as mais representativas da produção de Lasar Segall (1891-1957).
É possível acompanhar, nesta seleção, o caminho percorrido pela arte de Segall na Alemanha, desde a admiração inicial pelos impressionistas alemães, até sua inserção no movimento expressionista, do qual participa ativamente como um dos "expressionistas eslavos", ao lado de Chaim Soutine e Marc Chagall. A emigração para o Brasil, em 1923, promove significativa mudança de rumo nessa obra, inaugurando sua "fase brasileira".
O repertório de temas de Segall privilegia os assuntos extraídos da cultura judaica e seus personagens são expressões de um sentimento de compaixão pelo ser humano existencialmente marginalizado.
No Brasil, Segall se interessa pela natureza tropical, pela arquitetura das favelas e pelos tipos humanos, principalmente os negros, exóticos ao olhar europeu. Às tonalidades sóbrias do período alemão, somam-se cores mais iluminadas. Nos ambientes que recendem a intimidade, como seu ateliê e a natureza de Campos do Jordão, ele produz pinturas sensuais, de colorido único, que um crítico qualificou de 'a cor Segall'. Os problemas sociais e políticos continuam a merecer sua atenção, sobretudo durante a Segunda Guerra, quando ele cria pinturas de grandes dimensões. Na última década de vida, Segall retoma temas anteriores, encerrando sua trajetória com as séries 'Erradias', 'Favelas' e 'Florestas'."