No final do período colonial o número de pessoas livres de cor havia crescido ao ponto de quase igualar ao dos brancos. Esta realidade era resultado a complexificação da sociedade escravista que foi gerando uma crescente população parda. Na medida em que aumentava, desperta todo tipo de preconceito por parte da administração portuguesa. Em 1722, por exemplo, o governador de Minas Gerais afirmou que "será esta gente a mais perniciosa que pode haver nestes povos (...)"
Neste importante estudo com amplas implicações, Gian Carlo de Melo Silva emprega etimologia e análise social para analisar o lugar dos pardos na sociedade de Pernambuco através do prisma da sua integração ao mundo católico.
Usando registros de batismo e compadrios de uma paróquia pernambucana, o autor desvenda as estratégias empregadas pela população mestiça para transpor as sombras da escravidão. Demonstra como o termo "pardo" foi se metamorfoseando, de um descritor de cor e transformou-se em uma categoria social que abarcava um amplo segmento da população brasileira que transformou-se de um "plebe" em "o povo brasileiro". Este livro documenta esta transformação.
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