Na noite do ventre, o diamante

Na noite do ventre, o diamante Moacyr Scliar


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Na noite do ventre, o diamante





Na pequena aldeia judaica no sul da Rússia, a cada sexta-feira, na festa do Shabat, a cena se repetia na casa de Itzik Nussembaum. Esther, sua mulher, apresentava ao marido e aos dois filhos o dedo anular – segundo ela, apenas um dedo feio e maltratado em mãos feias e matratadas – e, num gesto reverente, solene, orgulhoso, coloca nele o velho anel da família. Que tem um belíssimo diamante engastado.



É este diamante o centro de uma história fascinante que começa em 1662 numa vila escondida de Minas Gerais, onde é encontrado. Do século XVII, o diamante é levado do Arraial da Cabra Branca por um cristão-novo que foge da Inquisição para a Holanda. Na Europa, a pedra é lapidada por um discípulo do Spinoza - numa das mais belas passagens do livro, em que se associam as idéias geniais do filósofo ao valor de mercadorias e ao sentido da própria vida.



Roubada por outro discípulo de Spinoza, o diamante chega à Rússia, onde se torna herança de família e passar a ser usado por Esther Nussembaum. Quando esta família decide fugir da Rússia, já no começo do século XX, para tentar vida nova no Brasil, se dão conta de que a única coisa valiosa que possuem é o diamante. Com medo dos bandidos na fronteira, fazem com que um dos filhos engula o aro do anel e, o outro, a pedra preciosa. Este último, Gregório, fica com o diamante preso no intestino, o que gera terríveis dramas familiares.



Numa narrativa engenhosa, Moacyr Scliar traz à cena figuras como o padre Antonio Vieira e o filósofo Spinoza, tornando o leitor cúmplice de um saboroso jogo entre realidade e ficção e conduzindo-o a um final absolutamente inesperado.

Literatura Brasileira

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Scliar, finalmente
on 16/10/13


Datada do ano de 2005, quando veio à lume a primeira edição (por mim lida e adquirida num bom e velho sebo), eis um breve romance (apenas 168 páginas!) precioso, lírico, triste e, claro, belissimamente escrito pelo escritor gaúcho, sempre negligenciado por mim até a data de hoje. Conforme os rigores da lenda, um sapateiro judeu chamado Ahasverus cruzou com Jesus Cristo, por quem foi condenado a vagar pelo mundo sem caminho certo e sem morte, até a Sua volta. "Na noite do ventre... leia mais

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MARIA7444
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