Creio que o poema nasce de repente,chega sem se esperar. Inunda a alma e o coração da gente.
Não carece de arrumação, de aperfeiçoamento, pois é belo, simples, como é.
Vem de um sonho, uma dor, um sentimento, uma paisagem, uma cena corriqueira, um pensamento.
Pode nascer de qualquer coisa que exista ou até do que se inventa.
Pode se mostrar simples, de fácil entender, ou incrustado nas entrelinhas mesmo sem querer.
Não precisa de tanto cuidado, basta sensibilidade para o transcrever.
Por vezes, parece inelegível, difícil de se traduzir. Outras, se mostra claro e branco, como osso em fratura exposta. Depende de como se expressa, em palavras, o sentir. A quem o escreve, tudo é claro, vivo e sem mistério.
Por mais misterioso que possa parecer, a verdadeira poesia é despretensiosa, não espera recompensas nem prêmios mirabolantes.
Ela apenas se faz e se mostra para que o poeta não morra tão mais cedo, sufocado com as palavras e os sentimentos tantos, que nela cabem, quando ele tem o poder do espanto.
Daisy Brito
Contos / Poemas, poesias