Nós passaremos em branco

Nós passaremos em branco Luís Henrique Pellanda


Compartilhe


Nós passaremos em branco (Coleção Arte da Crônica #V. I)





O cronista esquadrinha a sua cidade tal qual um flâneur. Sobe a Ébano Pereira, atravessa a Pracinha do Amor e pega a Saldanha Marinho. Desce a Ermelino até a Boca Maldita, percorre o calçadão rumo à Praça Osório. Nas crônicas de Luís Henrique Pellanda, o centro de Curitiba é o cenário de histórias quase invisíveis, flagrantes do cotidiano que revelam o que há de perverso – e também de encantador – nas ruas anônimas de uma metrópole.

O que pode escapar à percepção da maioria de nós é retido na memória do cronista. Assim nasce uma galeria de situações e personagens bastante particular: a prostituta que joga pétalas de rosas sobre a menina que dorme na praça; a alucinada estreia do filme The Doors no antigo Cine Plaza; um assassinato – cinco tiros na cara – bem debaixo da janela do autor; a macaca dançarina que hipnotiza o músico; a mocinha com o canivete, lembrança de um verão distante.

Ao final deste volume, Pellanda apresenta um inventário de tipos fantásticos, como o Diabo da Cruz Machado, o Encosto Bilheteiro e a Desamparada do Pré-Pago, reunidos numa “Antologia dos Demônios de Curitiba”. Ali, o sobrenatural serve para iluminar o que há de humano nos seres que, como o autor, vagam pela cidade. Assombroso, na verdade, é o indiscutível talento de Pellanda para extrair lirismo do que acontece naquelas ruas.

Crônicas / Literatura Brasileira

Edições (1)

ver mais
Nós passaremos em branco

Similares

(5) ver mais
Detetive à deriva
Na barriga do lobo
Asa de Sereia
A fada sem cabeça

Resenhas para Nós passaremos em branco (6)

ver mais
Um andarilho lírico que, em cinco páginas, nos oferece a complexidade de um romance

Luís Henrique Pellanda me caiu nas mãos por uma transgressão. Numa pirâmide digital cujo compromisso era enviar livros a desconhecidos, uma amiga, sabedora do meu fraco por crônicas, fez o caminho inverso e me presenteou com essa preciosidade. Pellanda é um andarilho lírico, capaz de transformar cenas banais em textos com densidade de romance. A rotina ordinária num restaurante vegetariano, por exemplo, se torna um laboratório para a observação do nosso absurdo. Destaco Ônus, um tratad... leia mais

Estatísticas

Desejam12
Trocam1
Avaliações 3.7 / 67
5
ranking 28
28%
4
ranking 29
29%
3
ranking 31
31%
2
ranking 10
10%
1
ranking 1
1%

30%

70%

BIBLIOTECA EREM DR L CABRAL DE MELO
editou em:
15/06/2022 10:13:10

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR