Quando Nic me pediu um beijo no seu aniversário de vinte e cinco anos,
eu não hesitei em estalar os lábios em sua bochecha.
Quando ele me corrigiu, dizendo que deveria ser na boca, eu paralisei, e
então levei na brincadeira.
Porquê tinha que ser isso. Por mais que beijá-lo fosse a realização de
um sonho de menina, eu não conseguiria fazê-lo sem revelar o quanto era
apaixonada por ele.
Nic era lindo, e fazia eu me sentir especial quando seus olhos estavam
sobre mim. Era como se ele nunca tivesse visto nada igual. Acontece que
quando duas pessoas se tornam muito próximas, os sentimentos podem ficar
um pouco bagunçados, e eu não estava disposta a arriscar uma amizade de
infância para realizar o seu pedido inusitado.
Pedir um beijo a Karla foi um teste. Eu precisava ver sua reação, saber
se havia uma chance de ultrapassarmos o limite de melhores amigos,
reconhecer se ela sentia por mim, algo, ao menos parecido, com o que eu
sentia por ela. E, apesar da sua recusa, foi ali que tudo começou a mudar.
Sabia que mais difícil do que chegar ao seu coração, seria ultrapassar
os limites da razão que ela impôs para si, e consequentemente para mim. Só
não fazia ideia de que nessa tentativa de fazê-la se render, acabaríamos nos
machucando e pondo em risco a coisa mais importante para nós: Nossa
amizade.
Romance