O livro foi organizado com base em uma coletânea de textos escritos pelo autor no
período de 1999 a 2005. Os textos tratam da questão do “desenvolvimento transposto”,
ou seja, da impossibilidade de transpor modelos de economia, administração
e desenvolvimento de um território para outro. Apresentam ainda modelo de desenvolvimento
econômico diferente do padrão vigente, que, para o autor, não responde à
complexidade dos territórios e da atualidade.
O autor coloca em xeque a modernidade e o desenvolvimento como modelo único
a ser seguido por todas as comunidades e ressalta a importância da pluralidade de
caminhos para que os atores de uma comunidade possam conduzir seus próprios destinos
de acordo com a sua diversidade cultural e suas “verdades locais”.
Zaoual — professor de economia e diretor de um grupo de pesquisa em economias
locais na França — critica a possibilidade de um pensamento neoliberal de
desenvolvimento globalizante como uma solução para toda e qualquer comunidade e
território. Não apenas critica, mas também apresenta a teoria dos sítios simbólicos de
pertencimento ou teoria econômica dos sítios, ou ainda teoria dos espaços locais, ou
simplesmente sitiologia.
A sitiologia está diretamente relacionada com as “verdades locais”, pois consiste
num marcador invisível da realidade que considera o ser humano situado no seu território
com todo seu conhecimento empírico e teórico e ainda suas crenças, mitos,
valores e tradições, que juntos conduzem a um sentido de comprometimento com as
propostas e soluções para um empreendedorismo situado.