Na era do Brasil Colônia, dois garotos se tornam amigos inseparáveis. No auge da escravidão, eles nada sabem sobre isso e não alimentam as mesmas discriminações e convenções sociais que os adultos. Para os dois nada impede a amizade que nasce em seus corações, muito menos o tom da pele.
Matias é negro e escravo; ele é o melhor amigo de seu senhor, Ioiô, branco, independente, filho do proprietário da fazenda na qual o garoto está destinado a trabalhar para sempre, como seus ancestrais. Ambos eram, porém, alheios a esta realidade. Só pensavam em brincar e fazer arte, como é próprio da idade.
Um dia, porém, eles exageram nas travessuras e levam uma surra do pai de Ioiô. O menino se revolta e decide ir embora da fazenda; para isso conta com a ajuda de Matias. Embora nesta época a lealdade e o companheirismo de um branco e um negro sejam inviáveis, os meninos não se importam com estas regras.
Os garotos entram na mata cerrada e vão adiante, guiados e nutridos por presenças invisíveis. Após muitas andanças eles chegam a um quilombo ocupado por guerreiros negros, ex-escravos. Nesta comunidade Matias é surpreendentemente aclamado rei, e Ioiô é o amigo do rei.