O Arco de Sant ' Ana

Almeida Garrett escreveu o que alguns estudiosos consideram ser «a primeira descrição do acto sexual» na literatura portuguesa (em O Arco de Sant'Ana, quando Ester sonha que é violada pelo futuro bispo). [...] tema romântico [...] do amor culpado, centro de interesse deste romance evocativo da vida social e política do burgo portuense, agitada pelos motins dos mesteirais, que, apoiados pelo Rei Justiceiro [D. Pedro I de Portugal], lutam contra o senhorio feudal «d'um bispo despótico e perverso.» --Júlio Ramires Ferro, Dicionário de Literatura. Porto: Figueirinhas, 1984.

O Arco de Sant'Ana [é um romance histórico [...] A intriga, baseada num trecho da Crónica de D. Pedro I, de Fernão Lopes, decorre [...] no Porto medieval, evocando a vida social e política do burgo, agitada pelos motins do povo, representado pelos mesteirais, conduzidos pelo jovem Vasco e apoiados pelo rei D. Pedro, em luta contra a oligarquia política, encarnada no Bispo, senhor feudal perverso e déspota, e nos seus acólitos, em especial Pero Cão, cobrador de impostos. Como os leitores da época compreenderam e os críticos têm vindo a salientar, Garrett recriava no século XIV os conflitos políticos e religiosos que eram os da sociedade do seu tempo, nomeadamente a reação cabralista, apoiada pela Igreja, que visava dissolver o liberalismo e restaurar o poderio eclesiástico. --- O Arco de Santana. In: Infopédia.
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Garrett, o homem que inventou o português moderno e muito mais / ADELINO GOMES, 09 de dezembro de 2004.
https://www.publico.pt/2004/12/09/culturaipsilon/noticia/garrett-o-homem-que-inventou-o-portugues-moderno-e-muito-mais-1210340/amp

[Reviews / Goodreads] Esta anedota histórica é um retrato cómico do século XIV, em especial no que diz respeito aos conflitos religiosos e políticos. (...) o narrador está presente na acção, sempre pronto a dar a sua crítica ou informação adicional à cena que narra. Lembra-me muito o narrador de "a queda dum anjo", de Camilo Castelo Branco.

Literatura Estrangeira