O arquiteto e o coveiro

Um jovem arquiteto precisa visitar um cemitério pú-
blico municipal de uma pequena cidade do interior
para retirar os restos mortais do seu pai e coloca-los
na sepultura da sua mãe. Num momento em que os
casos de morte da Covid-19 ainda estavam muito acentuados,
ele encontra um experiente coveiro, às vésperas de se aposen-
tar, para discutir as condições da remoção e para analisar a
disponibilidade de espaço do cemitério. Mas o que parecia ser
um encontro comum para cumprir um compromisso habitual,
tomou uma direção surpreendente que expandiu a conversa
técnica preliminar entre dois profissionais; um que trata sobre
o espaço físico das necessidades sociais; e, o outro, sobre o es-
paço do corpo após a morte; para um diálogo holístico sobre o
sentido da existência humana nas próximas décadas do sécu-
lo XXI. Uma história que cativa desde a primeira linha e que
deixa várias reflexões sobre a arquitetura, sobre a cidade, sobre
a finitude humana e sobre o que podemos fazer com nossas
vidas no pós-pandemia.