O Banquete Sagrado

O Banquete Sagrado Vilson Caetano de Sousa Junior


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O Banquete Sagrado





Segundo o autor, o antropólogo Vilson Caetano de Sousa Junior, "O Banquete Sagrado" procura esclarecer a distinção entre cozinha ritual ecomida baiana ou cozinha de azeite. "Na cozinha ritual, as comidas são preparadas para os orixás. São mais do que receitas, são palavras mágicas, palavras de encantamento, orações e histórias evocadas diante da comida. Os ingredientes que melhor representam essa cozinha são o milho, feijão e as raízes, destacando o inhame e o quiabo. Já a comida baiana são as receitas da cidade de Salvador e Recôncavo que receberam a influência de diferentes grupos africanos. Essa culinária foi desenvolvida numa região litorânea, por isso a presença de peixes e frutos do mar é grande", enfatiza o autor.

O livro revela ainda como se formou a chamada cozinha africana no Brasil. Para isso faz uma longa viagem por autores como Manuel Querino, Câmara Cascudo, Gilberto Freyre, Darwin Brandão, dentre outros. "Descobri que há permanências africanas no Novo Mundo como a presença de algumas técnicas e modos de fazer. Permanências também de ingredientes como inhame, quiabo, azeite de dendê, a popularização do uso do leite de coco e o gosto pela pimenta. Descobri também a presença de práticas culinárias vindas de tradições islâmicas e judaicas que se juntaram à culinária portuguesa e indígena, além da existência de comidas nacionais "africanizadas" pelas múltiplas identidades africanas que constituíram o Brasil" diz Vilson.

Nos terreiros de candomblé, a comida e o ato de comer exercem funções que ultrapassam o valor nutricional. A comida é considerada uma dádiva, um presente, um dom trocado entre a comunidade e os ancestrais, por isso os filhos de santo seguem vários rituais na preparação dos pratos. "Em primeiro lugar deve-se estar com o corpo limpo, ou seja, é preciso fazer abstinência sexual. Depois observa-se o orixá da pessoa, pois há certas comidas que a presença de filhos de santo de determinados orixás, não dá certo. E por fim, a observância e a atenção da sacerdotisa da comida, que no candomblé é chamada de Yabassé", revela o antropólogo.

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Cazumbá
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01/04/2012 01:48:19

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