O Brasil na idade da razão

O autor deste livro combina seus conhecimentos de psicologia analítica, aprofundados na escola de Jung, com as pesquisas de sociologia e de ciência política contemporâneas, e a experiência de assuntos brasileiros adquirida em quarenta anos de serviços público, no Brasil e no exterior.
Após uma introdução que procura colocar o país perante a Idade da Razão por que passou a Europa no século XVIII - revelando, assim, nosso atraso - Meira Penna estuda a Persona e a Sombra coletivas de nosso povo. A primeira é a categoria que determina a "fachada" de nossa cultura que, simultaneamente, se se quer autêntica e conforme ao modelo branco e ocidental moderno - donde, necessariamente, muitas contradições. A segunda contém todos os elementos intelectuais negativos ou subdesenvolvidos, num povo afetivo cujo pensamento é de caráter eminentemente intuitivo, o que quer dizer não racional. As projeções sobre bodes expiatórios estrangeiros e a susceptibilidade ao "íncubo" ideológico constituem defeitos de nossa inteligência. Num estilo leve, e irônico mas bem fundamentado, o autor deita o paciente no sofá analítico de onde procura sacar nossas perspectivas de ingresso, a prazo mais ou menos curto, na Idade Moderna - a Idade da Razão - condição essencial ao sucesso do projeto de desenvolvimento político, econômico e social do Brasil.
A última parte da obra configura uma tentativa de formulação de um modelo político racional para o nosso país. A tentativa é sugerida pelo ambiente de "abertura" e de disponibilidade institucional em que se encontra. Com uma notável facilidade de exposição, sem prejuízo de uma profunda argumentação, solidamente sustentada na pesquisa de outros autores, brasileiros e estrangeiros, Meira Penna apresenta a sua receita original de " racionalidade" diante das contradições em que se debate o país.
(Orelha da obra)

Sociologia