Angola - Literatura & 27 de Maio de 1977 - A homenagem em verso ás vítimas do MPLA de Neto, mortos pelos nitistas.
"O povo só se descobre a si/ nas linhas verticais do som/ e da luz aberta', ou também no fim de cada tragedia nacional?
O povo presente com os olhos claros as excrescências que se desenvolvem no seu corpo, ou só quando 'as amarras e os arames que se desenvolvem no seu corpo, ou só quando 'as amarras e os arames que nos atam, o começa 'por unir em vida' aos mártires que perderam?
É certo, porém que o povo reconhece os novos homens nas imagens dos homens novos que morreram. E será, então, por isso, que as tragedias depois criam raízes, e mergulham no chão da terra que mancharam, para desabrocharem como plantas em bandeira.
E terá sido, talvez, por isso, que do 'eco polipóide' e das 'ideias que plantaram' os heróis, Costa Andrade de nervos retezados, mas sensitivos a uma polifonia redescoberta, construiu o 'CADERNO DOS HERÓIS'. Sobre a tragedias desses homens e do seu povo."
Arnaldo Santos
Poemas, poesias