Após uma interrupção de seis anos, Maria do Rosário Pedreira regressa à poesia com um terceiro livro que não hesito em classificar de magnífico. Correspondendo a um período da vida da poetisa, esta obra nasce da experiência da “perda”. Apesar do seu lirismo, a autora jamais cede à facilidade da escrita, transformando os poemas num canto [...]. Trata-se de uma poesia que se constrói dolorosamente, a partir da ausência do ser amado que é, a cada instante, convocado, inscrevendo uma tensão dolorosa, sendo aí que, paradoxalmente, reside o desencanto (num sentido melancólico) e o encanto da obra, o seu sublime. [...] A linguagem de Maria do Rosário Pedreira é de uma grande simplicidade (o que manifestamente resulta de um trabalho intenso, fugindo aos chavões de que, frequentemente, a poesia lírica padece, afirmando-se numa zona em que uma extrema sensibilidade se conjuga com uma sabedoria poética apurada. Fica-se sem muito que dizer, ao lê-lo. (Maria João Cantinho - criticanarede)
Literatura Estrangeira / Poemas, poesias