Diz um velho ditado ruso: "Um bezerro dá marradas contra o carvalho até derrubá-lo". É um conceito tão popular quanto o nosso: "água mole em pedra dura tanto bate até que fura".
Nos dois casos, se ajusta perfeitamente à luta desigual travada isoladamente pelo escritor Soljenítsin contra o todo-poderoso Estado soviético. Pois ao fim desse combate, não se poderá dizer que o carvalho (ou pedra) não esteja abalado. Ou que o Estado absolutista permaneça de pé.
Essas memórias são mais do que uma crônica de vinte anos de vida literária oficial e clandestina na URSS pós-Stalini: são um verdadeiro romance autobiográfico do próprio escritor, rodeado de personagens.