Quem é Josèphe, essa crianças nascida sob o signo da brutalidade e, porventura, também já do orgulho? Inocente ou depravada? Verdadeiramente excepcional ou simplesmente vaidosa? De onde lhe vem a crueldade, mas também essa forma de clarividência no que toca às suas relações com os adultos, com outras crianças, com essa voz misteriosa que por vezes se deixa ouvir?
Depois de A Melancolia do Geógrafo, espécie de epopeia branca em que o narrador desafiava a História, Brigitte Paulino Neto traça-nos agora uma epopeia de outro tipo, uma epopeia em pequena escala, em que a história íntima de uma pessoa se transforma no sujeito da busca. A menos que Josèphe, enquanto sujeito, não seja sustentável senão como metáfora da criação artística.
Romance