Com uma sintaxe crítica e contemporânea, por vezes oscilada entre a experiência linguística e a concisão, Renato Pessoa nos revela, com sua poesia, a estranheza do se, a frivolidade da vida, a efemeridade do tempo, a não permanência das coisas. Não há ilusão nestes poemas. Não há ilusão neste livro. Os poemas aqui compilados formam entre si uma cartografia dos abismos do ser e do corpo, (com suas secreções, seus desmazelos, sia finitude, ilusão, destino) legendo ao leitor uma experiência de sua própria condição enquanto humano. Longe da pretensão de muitos destes poemas não é ser digerível, leitura doce ao gosto dos pedantes Há, nestes versos, um lirismo acentuado, melancólico, mas doce, vivo pulsante. Aliás, toda a poesia deste livro é lírica, reflexiva e, muitas vezes filosófica.