A autora, com base em fotografias, relatos memorialísticos e de viagem; diários e cartas; crônicas e notícias de jornal, fez da rua do centro histórico de São Paulo um posto de observação privilegiado para investigar o urbano que emerge na cidade entre o início do século XIX e do XX. Rastreou imagens da rua criadas por viajantes, (ex-)estudantes da Academia de Direito, ex-meninas de elite, jornalistas e fotógrafos contemporâneos em busca de indícios de transformações nas regras de comportamento corporal e de interação social nessas ruas entre 1808 e 1917, revela uma sociedade em que os pedestres tendem cada vez mais a circular como transeuntes, mas também a interagir mobilizando, ao lado da impessoalidade moderna, a pessoalidade antiga e estamental. O que faz da rua paulistana um espaço eminentemente cerimonial engolfado pela modernidade.
História do Brasil