O Desejo do Analista

Será que a Psicanálise tem a oferecer uma espécie de pessimismo hobbesiano, nas discussões que envolvam o tem amor e laço social entre os seres humanos na pólis? Não é o que pensa (e demonstra) Paula Ângela de Figueiredo e Paula em seu relevante e oportuno livro "O desejo do Analista".. Buscando os elementos necessários para sustentar a tese colocada no seu título, a autora inicia seu percurso com um breve, mas necessário capítulo sobre a evolução histórica do capitalismo e suas transformações, lembrando-nos dos conflitos e das desigualdades que foram sendo produzidos e das respostas institucionais que foram sendo criadas, com a intenção de ameniza-los e de evitar rupturas e transformações sociais mais radicais. Na sequência repassa historicamente o socialismo utópico e outros movimentos humanistas e de solidariedade social, até chegar a sua critica aos limites das políticas públicas do Estado capitalista contemporâneo, que incluem a criação do assim chamado "terceiro setor" e as parcerias com as organizações não governamentais.. O texto inclui uma visita a importantes autores da filosofia e do pensamento critico sobre a sociedade, mas posso dizer, sem medo de errar, que sua contribuição essencial é o recurso às ferramentas teóricas e conceituais da obra oral e escrita de Lacan, de modo a fundamentar sua tese.

Política / Psicologia