Neste clássico livro que completa trinta anos em 2010, Michael T. Taussig investiga o significado social do diabo no imaginário de camponeses e mineradores na Colômbia e na Bolívia. Com esse estudo identifica o impacto da introdução da racionalidade produtivista em comunidades até então regidas por lógicas tradicionais. Taussig depreende que o fetichismo do mal, na imagem do diabo, faz a mediação do conflito entre os modos pré-capitalista e capitalista de materializar a condição humana.
A partir das histórias populares de pactos com o diabo - aqueles em que alguém tem vantagens ilusórias ou transitórias em troca de sua alma -, o autor constrói uma envolvente narrativa conectando-as com o modo pelo qual a produção na economia capitalista aliena os trabalhadores em relação às mercadorias que eles próprios produzem.
Em um anexo para a edição comemorativa dos trinta anos, Taussig dialoga com Walter Benjamin e George Bataille, acrescentando novas abordagens para a sua leitura da metáfora do pacto diabólico.