“Tentarei relatar com simplicidade como as coisas se passaram”, assim começa o Pe. Walter J. Ciszeck a sua narração dos 23 anos passados na Rússia – 15 dos quais nos cárceres, como ‘Espião do Vaticano’- tendo voltado aos Estados Unidos, em outubro de 1963, qual um ressuscitado, pois seus parentes já de há muito o tinham como morto.
Em 1939, esse sacerdote nascido na Pensilvânia, desempenhou o ministério paroquial na parte da Polônia ocupada pelos Russos. Movido pelo zelo, juntou-se voluntariamente – sob pseudônimo e como simples operário – a trabalhadores e famílias polonesas, atraídos para o interior da Rússia a fim de trabalhar na região dos Montes Urais. Deflagrada a guerra, ele foi identificado pela polícia secreta como sacerdote, e aprisionado sob a acusação de “agente subversivo”. Em conseqüência, Pe. Ciszeck passou 5 anos nos cárceres de Moscou, inclusive a célebre Lubianka, e a seguir foi condenado, sem julgamento.
Enviado para os campos penitenciários da Sibéria, aí trabalhou em minas e construção, em circunstâncias só críveis porque por ele descritas. Foi a Providência divina – assim afirma Pe. Ciszeck – que o encaminhou à Polônia e o guiou à Rússia, onde sua mente, seu corpo e seu inabalável espírito foram postos à prova e mantiveram-se inquebrantáveis.
Quase ao término de sua pena, ele teve uma limitada liberdade, quando trabalhou como auxiliar de enfermagem e mecânico, em Norilsk, Krasnoiarsk e Abakan. Procurou exercer seu ministério sacerdotal, sempre que lhe permitiram as condições reinantes numa nação oficialmente atéia. Confira isso e muito mais nessa emocionante história!