Se você, algum dia, pegar um táxi em Nova York, olhe o mapa afixado atrás do banco do motorista. É bem provável que mostre apenas as áreas turísticas, cortando Manhattan ao meio até o Central Park, apenas mencionando o Brooklyn e excluindo completamente Bronx, Long Island e Staten Island...
A maioria dos guias sobre Nova York faz o mesmo. Eles geralmente começam na Staten Island Ferry (no ponto de desembarque, pelo menos), no Battery, e terminam no Metropolitan Museum of Art, na 82nd Street. Poucos mencionam o Harlem e o River Café, do outro lado do Hudson, mas, para a maioria, é “East Side pra cá, West Side pra lá”, em vez de incluir toda a cidade. Pior do que isso, guias de turismo raramente estabelecem conexões, falam sobre o desenvolvimento da cidade ou as ironias de seu progresso. Em uma cidade literalmente envolvida pelo espírito do multiculturalismo — com a Estátua da Liberdade, um símbolo monumental de esperança para os imigrantes, em uma ponta, e o santuário de Madre Cabrini, sua santa padroeira, na outra —, a maioria dos visitantes enxerga a cidade através do mais homogêneo dos filtros, a barreira impenetrável do entusiasmo da Big Apple (um apelido para a cidade de Nova York, que em português significa “Grande Maçã”), além das notícias sobre crime e inflação que são transmitidas todos os dias.
Que desperdício. Nova York é uma das mais originais, complexas, extravagantes e irresistíveis criaturas — a cidade certamente tem vida própria — que você vai encontrar na vida. Queremos que você experimente tudo, não apenas três, mas quatro dimensões: embaixo da terra, por cima das nuvens, certamente na maior parte ao nível da rua e através do tempo — seu passado, presente e futuro. Para isso, precisamos de sua cooperação. Precisamos que você esteja receptivo aos encantos da cidade e que desligue a maldita televisão!
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