O Homem perante o Infinito

O Homem perante o Infinito Mário Ferreira dos Santos


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O Homem perante o Infinito


Enciclopédia de Ciências Filosóficas e Sociais - Volume VIII




Em face dos grandes enígmas do universo, há uma série de perguntas, cujas respostas referentes apenas ao imanente não satisfazem ao homem.
Na "Noologia" temos oportunidade de analisar as valorações humanas em suas fases mais primárias. Os valores demoníacos, os que são propriamente adversos ao homem, excitam-no a realizar práticas religiosas, rituais, etc., no intuito de aplacá-los, diminuí-los ou desviá-los. Quer vencer ou aplacar o que lhe é prejudicial, contrário, antagônico. E se o homem, mal amparado em sua fraqueza, reverenciou as forças do Mal, fazia-o na convicção de poder detê-las ou disviá-las. Mas o espetáculo do mundo, por mais pessimista que surja à nossa visão, não é apenas um apontar para valores opositivos.
Há no existir, no contorno que cerca a vida humana, uma beleza que esplende na natureza, uma alegria que anima os peitos humanos, o advento de fatos que oferecem satisfações, e deixam a memória de uma agradabilidade que nos leva a desejar aumentar o bem do mundo, para o próprio bem humano.
No mundo há mal e bem. O bem é positivo e o mal também o é; este é um pensamento primário da humanidade. Reconhece-se a existência do mal ao qual o bem se opõe; o dualismo do bem e do mal proclama a positividade de ambos embora oposta, de vetores diferentes. A esta fase, sobrevém à da valorização do bem, em que a pouco e pouco é negada a positividade do mal, que passa a ser apenas a privação do bem, para finalmente desembocar na aceitação de que bem e mal são positividades valorativas, valores do existir, afirmando a positividade do Bem, que se converte no Ser.
Neste caso, estamos em face do bem como uma afirmação de sí mesmo, sem necessidade de seu oposto para afirmar-se; o Bem como perfeição, que, como o Ser, enquanto ser, é ato puro, dispensa os opostos para a sua afirmação.
Estamos aqui em face da idéia do infinito, que oportunamento examinaremos.
O estudo dessas fases, sobretudo da última, cabe em parte à Teologia estudar.
Mas estaríamos delimitando o objeto da Teologia a um sentido muito restrito, e sobretudo incompleto, se disséssemos que apenas é este o seu objeto.
...Á Teologia cabe ainda justificar se como disciplina filosófica, tem ela ou não procedência, e se a existência de Deus é algo que se pode afirmar ou negar, e por quais meios. Cabe assim à Teologia estudar não só a posição teista como a ateista. Cabe-lhe reunir as provas da existência de Deus como os argumentos que lhe são contrários. Mas todo esse trabalho imenso não pode deixar de fundar-se num método, o qual deve, por sua vez, ser justificado.
Como a Teologia se apresenta com vários nomes que a especificam, não poderíamos prosseguir em nosso estudo sobre tal disciplina, sem que previamente a justificássemos. E com esse intuito alinharemos as razões pró e contra a sua justificação...

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