O homem que matou meu marido

Eu temia estar destinada a viver o resto de meus dias ao lado daquele verme violento e abusivo.
Depositara-lhe o que de melhor havia em mim. Meus sonhos, meus planos, meus sentimentos; meu amor. Até que um dia me dei conta e vi-me mergulhada em uma armadilha sem saída. Quando observei bem, notei ter virado um mero objeto tratado com desprezo e usado a seu bel-prazer. Minha essência estava despejada no lixo, eu vivia sendo posse dele. Um bicho de estimação. Era assim que, em meio às lágrimas, eu me enxergava no espelho.
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Um anjo apareceu, disfarçado de demônio. Ou vice-versa. Ele me desejou como se somente eu pudesse preencher alguma lacuna que lhe faltava. Ele provou de todas as formas que via em mim tudo que desejava e necessitava. Então ele provou-me de todas as formas.
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Minha vida havia se tornado um inferno e dessa situação infernal ele me libertou. A verdade é essa. Angelical ou demoníaco, moral ou imoral, certo ou errado, tanto faz. Defino-o como tudo que quero e isso basta.

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