O irmão de Jesus

Em outubro de 2002, Lemaire anunciou a descoberta ao mundo, afirmando que era quase certo que a inscrição se referia ao Jesus da Bíblia, a seu pai José e a seu irmão Tiago.

Controvérsias surgiram de imediato em relação à idade e à autenticidade da inscrição.

A descoberta também reacendeu um debate sobre Maria, a mãe de Jesus, e se ela permaneceu virgem ao longo de toda a vida, uma doutrina que ainda divide católicos e protestantes.

Herschel Shanks, figura central no campo da arqueologia bíblica que liderou uma campanha vigorosa para que os manuscritos do Mar Morto ficassem disponíveis para o mundo todo, narra a trajetória do ossuário: de sua descoberta até ser considerado um artefato autêntico.

Ben Witherington III, renomado estudioso do Novo Testamento, mostra como essa descoberta revela fatos surpreendentes sobre uma história que as pessoas achavam que conheciam: Jesus foi criado em uma família numerosa de judeus praticantes, conservadores no aspecto religioso; seus irmãos e suas irmãs, até que ele morresse, eram céticos em relação às afirmações de Jesus; Tiago, seu irmão, foi o líder do movimento dos cristãos judeus em Jerusalém, tornando-se a pessoa a quem os líderes Pedro e Paulo buscavam para orientação e aprovação, intermediou a maior controvérsia do século I, escreveu um livro da Bíblia, foi martirizado e excluído da história pela igreja de Roma.

A descoberta sensacional do ossuário permite que nos familiarizemos com essa figura cuja relevância na história da igreja é tremenda e a quem Paulo chamou de coluna da igreja.