Casa. O Criador de Ilusões não tem casa. Seria ele um nômade? Stop.
De repente, um estalo: e se a memória de um grupo itinerante de teatro também não tivesse casa, também fosse itinerante, nômade? Então esse passado ainda não teria parado. Mas se fosse assim, não apenas a memória do Vira Lata estaria em movimento, tudo se moveria. Talvez, então, a memória do mundo todo esteja em movimento. Oceano de palavras. E se a memória não tivesse em nós que nos movêssemos numa espécie de memória-mundo? Nesse caso, a Casa é que seria ilusória. A Casa seria apenas uma tentativa frustrada de cessar o balanço do mar. Se a memória fosse um imenso mar e estivéssemos todos nadando nele, a Casa seria o Eu.