É, foi bem assim quando disse caladinho que não me amava, Era um salto, uma jornada de dor, um caminho sem volta. Entre os muros sem esquinas eu via o cinza claro,
os vultos sem talento torpes corpos entre multidões de assalariados passando com suas vestes sérias, depressa, depressivos, entorpecidos por salários e cansaço, como ave fora do ar. Muitas cidades se destroem ao redor do vulto do gato, que atroz se dispõe a espreita das asas, cálido esperando o prazer da presa passar. O animal, voluptuoso, é como água. Como rio que lamifica o homem, etéreo, vasto simples e ignoto. (...)É, não sei ser Ipê feroz, demonstrando beleza quando tudo é poeira e cal, segurança quando tudo quebra o teto azul.
Série de prosas poéticas intimistas, existencialistas e intensas. Compreende um recorte de textos feitos entre 2014-2017, durante crises, promessas, desapegos, sofrimentos e indagações. Um soco poético.
Poemas, poesias