O monstro que adorava ler

O monstro que adorava ler narra a história de um monstro terrível que, certo dia, à beira de uma floresta encantada, encontra um estranho objeto, abandonado por uma menina assustada. Após cheirá-lo e lambê-lo, atira-o ao chão, irritado com sua falta de cheiro e de gosto. Acontece que o monstro se revela menos terrível do que parecia à primeira vista. Sua curiosidade pelo tal objeto é tanta que o transforma primeiro em ávido leitor e depois num excelente contador de histórias – o que revoluciona toda a floresta e subverte a organização social da “monstraria”. Lançamento de Edições SM da premiada obra dos canadenses Lili Chartrand e Rogé, esta fábula subverte clichês sobre o prazer de ler.
Retomando elementos familiares ao imaginário infantil (florestas, monstros, dragões), manejados com humor e sofisticação, o livro favorece o entendimento do ato de ler como experiência lúdica de que a criança participa ativamente, não apenas como depositária inerte de significados predeterminados. Assim, a história, de cunho paródico e metalinguístico, brinca com os clichês dos contos de fada, fazendo com que a descoberta do prazer da leitura desvie os monstros da função milenar de assustar as pessoas.
Sem dúvida, para isso também concorrem as ilustrações divertidíssimas e elaboradas de Rogé, que com esse trabalho obteve, em 2002, o Prêmio do Governo Geral do Conselho das Artes do Canadá.

Sobre os autores – Lili Chartrand nasceu em 1963, no Canadá. Estudou artes plásticas e trabalhou muitos anos com cinema de animação. Leitora aficionada, ela um dia descobriu que escrever livros para crianças lhe permitiria associar as coisas de que mais gosta: palavras, imagens e cores. Lili é autora de cinco livros, o primeiro dos quais, Malédiction, farces et attrapes!, foi indicado ao prêmio canadense Hackmatack, em 2002.

Desde muito jovem, Rogé (Roger Girard) soube que desejava ser artista. Após estudar design gráfico na Universidade de Laval, em Quebec, Canadá, trabalhou cinco anos como publicitário na República Dominicana. Ali, pintou grandes murais em um vilarejo. Transformado pela experiência, retornou ao Canadá, passando a dedicar-se à ilustração. Continuou então atuando na área de publicidade, mas foi como ilustrador de livros infantis que alcançou maior liberdade para criar e desenvolveu seu estilo.